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      "Estados Unidos vivem o colapso silencioso do dólar", alerta economista Marta Skinner

      Para Skinner, venda de títulos da dívida americana pela China e ação emergencial do Fed revelam o esgotamento do modelo de hegemonia financeira dos EUA

      (Foto: Divulgação | Reuters)
      Dafne Ashton avatar
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      247 - Em entrevista aos jornalistas Mário Vitor Santos e Regina Zappa, na TV 247, a economista e cientista política Marta Skinner fez um alerta contundente: a hegemonia financeira dos Estados Unidos está ruindo silenciosamente. Segundo ela, a recente decisão do Federal Reserve (Fed) de recomprar, de forma emergencial e sem anúncio público, quase US$ 43 bilhões em títulos da dívida norte-americana vendidos pela China é a expressão mais clara do que classificou como “o império da dívida americana se desintegrando a portas fechadas”.

      O tema, que dominou a conversa, foi introduzido com base em artigo do jornalista César Fonseca, publicado no Brasil 247, sobre o “momento decisivo” vivido pela economia dos EUA. Para Skinner, o gesto da China, maior detentora estrangeira de títulos do Tesouro americano, é político e estratégico: “A China puxou o gatilho. Não se trata apenas de uma decisão econômica, mas de um movimento geopolítico. Ela está dizendo: ‘não vamos mais financiar o seu império’”.

      A economista ressaltou que a venda maciça de papéis da dívida americana pela China coincide com a escalada de tensões internacionais provocada pela política externa dos Estados Unidos, especialmente sob o comando do presidente Donald Trump, que está em seu segundo mandato. O movimento chinês, destacou Marta, se acelerou a partir de 2022, após o início da guerra na Ucrânia e diante do risco de sanções unilaterais do governo norte-americano: “A China já vem se desfazendo desses títulos desde 2021, mas intensificou após a guerra. O receio é que, como aconteceu com outros países, os EUA simplesmente congelem os pagamentos”.

      Com a queda na demanda internacional por esses papéis, o Federal Reserve — banco central dos EUA — interveio como “comprador de última instância”. Para Skinner, a operação demonstra a fragilidade do modelo norte-americano: “Quem comprou os títulos não foram fundos soberanos, nem o Japão, nem investidores privados. Foi o próprio Fed, que imprime dinheiro do nada e chama isso de política monetária. Isso não é economia. É manipulação”.

      Ela acrescentou que o balanço do Fed está “inchando novamente” e que a linha entre política fiscal e monetária nos Estados Unidos já desapareceu. “O Fed está atuando como escudo para sustentar a farra de gastos do Congresso e evitar o colapso de Wall Street. Mas isso tem limite. O buraco está crescendo”, alertou.

      A economista também traçou um paralelo com o Brasil, explicando que, diferentemente da dívida norte-americana, a dívida pública brasileira é emitida em moeda local e não está indexada ao dólar, o que dá maior margem de controle. “Aqui, ao contrário dos EUA, nossa dívida não depende de financiamento externo. O problema deles é estrutural. O déficit fiscal americano só se sustenta hoje por causa da atuação desesperada do Fed”, disse.

      Marta concluiu que o cenário atual aponta para uma tendência clara de desdolarização da economia mundial, ainda que silenciosa. “A saída da China está puxando outras. O que estamos vendo é um processo discreto, mas irreversível. E os Estados Unidos sabem disso”, afirmou. Assista: 

       

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