Novonor confirma proposta de Tanure e diz que venda da Braskem depende de acordo com credores

247 - A Novonor, antiga Odebrecht, confirmou neste sábado (24) que recebeu uma proposta não vinculante de um fundo ligado ao empresário Nelson Tanure para a aquisição de sua participação na Braskem. Em nota oficial, a holding informou que firmou um acordo inicial com o grupo interessado, mas destacou que a operação está condicionada à conclusão de negociações com os bancos credores e ao cumprimento de obrigações previstas no acordo de acionistas com a Petrobras.

“A proposta está condicionada a condições precedentes, dentre elas a conclusão de negociações com os Bancos Credores e o cumprimento integral das obrigações da Novonor com a Petrobras”, informou a empresa, acrescentando que manterá a Braskem informada sobre quaisquer avanços relevantes.

A proposta foi apresentada pelo fundo Petroquímica Verde, controlado por Tanure, e prevê que a Novonor, que hoje detém 50,1% do capital votante da Braskem, fique com cerca de 3% da companhia. A Petrobras, por sua vez, possui 47% do capital com direito a voto e tem poder de veto sobre mudanças no controle da empresa, conforme o acordo de acionistas em vigor.

Na sexta-feira (23), Tanure declarou que seu interesse é contribuir com a estabilidade e o futuro da Braskem, destacando o papel estratégico da Petrobras na petroquímica e a ambição de transformá-la na “primeira petroquímica verde” do mundo. “Nosso compromisso é com o longo prazo, com a indústria nacional e com a construção de uma Braskem ainda mais forte, inovadora e alinhada aos desafios da nova economia”, afirmou o empresário.

Tanure também reconheceu que o principal entrave à operação é o acerto com os credores da Novonor — entre eles, Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES. Além disso, mencionou desafios como a resolução dos danos ambientais em Alagoas, a modernização do polo petroquímico de Camaçari (BA) com foco em sustentabilidade e o aproveitamento do gás do pré-sal no Rio de Janeiro.

A Braskem informou, em fato relevante, que a proposta segue em análise pela Novonor. A expectativa do mercado em torno da possível mudança de controle impulsionou as ações da petroquímica, que encerraram o pregão de sexta-feira com alta de 9,15%, cotadas a R$ 11,09.