Haddad apresenta a Lula pacote para substituir alta do IOF: "plano de voo está bom"
Medidas propostas buscam conter desgaste político e garantir a meta fiscal de 2025
247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), pretende submeter nesta terça-feira (3) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) um novo conjunto de propostas fiscais que substitui a polêmica elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). “Essa agenda [com Lula] já estava pré-fixada. Ele queria que na terça as coisas se resolvessem, para que ele pudesse viajar mais tranquilo, com as coisas endereçadas. E eu acredito que o plano de voo está bom, até superior ao que fizemos no ano ado. Do meu ponto de vista, dá uma estabilidade duradoura para as contas no próximo período”, afirmou Haddad, de acordo com o g1.
A proposta de aumento do IOF havia sido anunciada duas semanas atrás como alternativa para elevar a arrecadação federal e cumprir as metas fiscais de 2025. A reação, porém, foi amplamente negativa: tanto o mercado financeiro quanto parlamentares criticaram a iniciativa, forçando o governo a recuar. O pacote que será levado a Lula não inclui a proposta do Ministério de Minas e Energia de ampliar leilões e áreas de exploração de petróleo, com potencial de arrecadação estimado em R$ 35 bilhões até 2026.
“Tem um projeto no Congresso que já foi encaminhado pela área econômica por provocação do Ministério de Minas e Energia. Já está lá. Pelo menos metade do valor anunciado pelo ministro já está contabilizado para esse ano, para fechar a meta fiscal. Que nós vamos manter, como fizemos o ano ado”, disse Haddad.
Mesmo assim, o ministro reiterou que o governo não abrirá mão de apresentar novas ações. Segundo ele, há uma exigência política por mudanças estruturais e por metas mais ambiciosas: “Para garantir um ambiente político de qualidade, nós precisamos de reformas estruturais. O Congresso pediu, a Fazenda organizou, apresentou. Obviamente que isso vai depender agora de uma avaliação dos partidos políticos, mas só o fato de termos o aval do presidente das duas Casas já é uma coisa muito significativa”, declarou, conforme a reportagem.
De acordo com Haddad, o foco do governo é alcançar o “centro da meta” de resultado fiscal – ou seja, déficit zero –, e não apenas permanecer dentro da margem de tolerância. Além disso, Câmara e Senado demandaram alternativas sustentáveis como contrapartida para não derrubar o decreto presidencial que elevava o IOF, o que forçou a reformulação da estratégia da equipe econômica.
Na noite de segunda-feira (2), o ministro da Fazenda reuniu-se com os presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para apresentar um esboço do novo pacote. Também participaram do encontro os ministros Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Alexandre Padilha (Saúde), além dos líderes do governo, José Guimarães (PT-CE) na Câmara, e Jaques Wagner (PT-BA) no Senado. A reunião avançou até depois da meia-noite, e nenhum dos presentes deu declarações à imprensa ao sair da residência oficial da Câmara.
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