Dólar cai nesta quinta-feira, após conversa entre Xi e Trump
Temores de que os EUA serão os principais prejudicados pela guerra comercial de Trump têm gerado a fraqueza do dólar no exterior
Por Felipe Moreira, Infomoney - O dólar à vista operava em baixa frente ao real nesta quinta-feira, após a agência oficial chinesa Xinhua noticiar um telefonema entre o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A conversa entre os líderes reacendeu expectativas de uma possível trégua na guerra comercial entre os dois países, o que contribuiu para o alívio nos mercados cambiais.
Investidores também avaliam novos dados econômicos dos Estados Unidos procurando mensurar o impacto da política comercial do presidente Donald Trump sobre a maior economia do mundo.
Qual a cotação do dólar hoje? - Às 10h41, dólar à vista operava em baixa de 0,97%, aos R$ 5,591 na venda. Na B3, o contrato mais líquido caía 0,65%, a 5.626 pontos
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,590
- Venda: R$ 5,591
Dólar turismo
- Venda: R$ 5,652
- Compra: R$ 5,832
O que aconteceu com dólar hoje? - A semana tem sido marcada pela percepção de que a política comercial errática dos EUA está começando a prejudicar a economia norte-americana, com uma série de dados econômicos para o mês de maio apresentando resultados mais fracos do que o esperado, acirrando as preocupações de investidores.
Na véspera, um relatório da ADP sobre o setor privado mostrou que foram criados muito menos vagas de emprego do que o esperado em maio, enquanto uma pesquisa do Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM) revelou que o setor de serviços teve contração no mês ado.
Com isso, as atenções se voltavam novamente nesta sessão para dados dos EUA, com o governo informando mais cedo que os pedidos semanais de auxílio-desemprego subiram para 247.000 na última semana, acima dos 235.000 pedidos projetados em pesquisa da Reuters.
Já o déficit comercial dos EUA ficou em US$61,6 bilhões em abril — melhor do que o esperado –, quando Trump anunciou suas tarifas do “Dia da Libertação” e anunciou uma pausa de 90 dias para permitir negociações, mantendo uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações para os EUA.
Os temores de que os EUA serão os principais prejudicados da guerra comercial de Trump têm gerado a fraqueza do dólar no exterior, com a moeda norte-americana rondando os menores patamares em vários anos e impulsionando divisas de países emergentes.
O foco dos mercados estará agora em torno da divulgação do relatório de emprego do governo, na sexta-feira.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,15%, a 98,653.
Também estava no radar a mais recente decisão de política monetário do Banco Central Europeu, que voltou a reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,0%.
No Brasil, entretanto, os ganhos potenciais do real têm sido contidos com novas preocupações sobre o cenário fiscal brasileiro, conforme governo e Congresso discutem alternativas para o decreto do Executivo que elevou as alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que propostas serão apresentadas para lideranças partidárias em reunião no domingo.
Pesquisas recentes que reforçam a tendência de aumento da desaprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda têm levantado temores de que o governo possa apostar em medidas de impulso fiscal para melhorar a imagem do governante.
“A queda na aprovação cria um pequeno temor no mercado de que isso possa ser acompanhado com medidas que aumentam os gastos”, disse Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos. “Mas hoje o dia tende a ser mais tranquilo.”
(Com Reuters)
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