Mulher é resgatada após 22 anos submetida a trabalho análogo à escravidão em Manaus
Vítima começou aos 12 anos em casa de família sob promessa de estudo e foi forçada a trabalhar sem salário, direitos ou condições básicas
247 - Uma mulher de 34 anos foi resgatada em Manaus (AM) após ar mais de duas décadas submetida a trabalho análogo à escravidão. A informação foi divulgada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que coordenou a operação de resgate realizada na última quinta-feira (5), com apoio do Ministério Público do Trabalho (MPT), da Polícia Federal (PF) e da Defensoria Pública da União (DPU). Segundo as autoridades, a vítima começou a trabalhar aos 12 anos na casa de uma família com a promessa de estudar, mas ou os 22 anos seguintes sem salário, sem registro em carteira e submetida a jornadas exaustivas.
Além do serviço doméstico, ela era obrigada a produzir doces que eram comercializados pelos empregadores. A mulher prestou serviços a diferentes membros da mesma família e vivia em condições degradantes: dormia em um quarto sem ventilação adequada, sem guarda-roupa e sem o mínimo à higiene. Trabalhava descalça e, em determinados períodos, sequer dispunha de produtos de higiene pessoal.
O caso foi descoberto após denúncias recebidas no fim de maio, que levaram à ação da força-tarefa no bairro Ponta Negra, zona oeste da capital amazonense. De acordo com o MTE, a situação configura claramente trabalho em condições análogas à escravidão, prática tipificada no Código Penal brasileiro.
Após o resgate, a mulher recebeu atendimento psicossocial da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC) e foi levada para o convívio com seus familiares. As autoridades ainda analisam as medidas legais cabíveis contra os responsáveis pela exploração, que poderão responder criminalmente.
A descoberta de casos como este reforça a importância de denúncias anônimas e da fiscalização constante para combater situações de exploração extrema, ainda presentes em pleno século XXI no Brasil. O MTE informou que continuará acompanhando o caso e oferecendo e à vítima para garantir que seus direitos sejam efetivamente reparados.
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