Mauro Vieira diz que Israel age de forma desproporcional e comete ‘atrocidades’ em Gaza
O chanceler participa de audiência a na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados
247 - Em audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (28), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou duras críticas ao genocídio promovido pelo governo de Israel na Faixa de Gaza, informa o g1. Segundo o chanceler, a ofensiva militar conduzida por Benjamin Netanyahu ultraa os limites do aceitável.
“Com relação à questão da Palestina, a nossa posição é muito clara – e sempre foi – de condenação aos atos terroristas do Hamas. Isso é claro e óbvio, o presidente inúmeras vezes se referiu a isso. E também [posição] de crítica à atitude do Estado de Israel, do atual governo de Israel, pelas atrocidades e pela reação desproporcional contra uma população civil”, afirmou Vieira.
O ministro voltou a destacar que o Brasil condena ataques contra civis e lamentou a escalada da violência. “Já ultraaram há muito tempo qualquer limite de proporcionalidade”, disse, ao comentar os impactos da ofensiva israelense sobre a população palestina.
Vieira frisou que o Brasil não é contra o Estado de Israel, mas reitera a posição histórica do país a favor da criação de um Estado Palestino soberano, que coexista pacificamente com Israel. “O problema são as atitudes do atual governo de Israel, que ultraaram todos os limites”, declarou.
Ele também descartou a possibilidade de rompimento de relações diplomáticas com Israel: “Com relação ao corte de relações diplomáticas, eu pessoalmente sou contrário, não acho que deve haver porque não devemos cortar relações diplomáticas com nenhum país. [...] É importante que o Brasil esteja presente, é importante que o Brasil esteja para dialogar e sobretudo defender os cidadãos brasileiros”, completou.
Na semana ada, em audiência no Senado, o chanceler já havia se referido à situação em Gaza como uma “carnificina” e cobrou uma resposta mais firme da comunidade internacional: “Não pode ficar de braços cruzados”.
Desde o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas, em outubro de 2023, o governo brasileiro tem se posicionado pela busca de um cessar-fogo permanente e pela entrada contínua de ajuda humanitária em Gaza. Na ocasião, o Brasil presidia o Conselho de Segurança da ONU e apresentou uma proposta de resolução nesse sentido. A medida foi barrada por veto dos Estados Unidos, que alegaram ausência de menção explícita ao direito de defesa de Israel.
O Brasil também tem defendido a retirada completa das tropas israelenses da Faixa de Gaza e criticado as estratégias militares de Tel Aviv, que, segundo o Itamaraty, dificultam qualquer possibilidade de acordo.
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