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Lula critica falta de financiamento para proteção dos oceanos em discurso no Fórum de Mônaco

Presidente defende compromisso político, reforça papel do G20 e anuncia ações do Brasil para impulsionar a economia azul e a preservação marinha

08.06.2025 - Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão de Encerramento do Fórum de Economia e Finanças Azuis. Fórum Grimald - Mônaco. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
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247 - Ao participar, neste domingo (8), do encerramento do Fórum de Economia e Finanças Azuis, em Mônaco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou mais compromisso internacional com o financiamento da preservação dos oceanos e criticou a disparidade entre os gastos militares e os recursos destinados ao meio ambiente. “Isso mostra que não falta dinheiro. O que falta é disposição e compromisso político para financiar”, afirmou o presidente, em discurso lido por representantes, conforme publicado no site oficial do governo federal.

Lula alertou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14, que trata da conservação e uso sustentável dos oceanos, é um dos menos financiados da Agenda 2030, com um déficit anual estimado em US$ 150 bilhões. “O oceano não recebe o devido reconhecimento pelo que nos proporciona”, disse o presidente. Ele destacou ainda que mais de 80% do comércio mundial e 97% dos dados da internet trafegam por rotas marítimas, o que confere ao oceano um papel central na economia global e no clima do planeta.

Ao longo de sua fala, Lula traçou um panorama dos desafios enfrentados pelas nações em desenvolvimento frente à crise climática e aos impactos sobre regiões costeiras. “A elevação do nível do mar e os eventos extremos das cidades costeiras vitimam sempre os mais vulneráveis”, pontuou. Segundo ele, países em desenvolvimento, como os da América Latina, Caribe e África, são altamente dependentes da economia azul e têm grande parte de seus territórios voltados para o mar.

Durante o evento, Lula também apresentou iniciativas brasileiras que aliam preservação ambiental e desenvolvimento socioeconômico. Ele citou o programa Bolsa Verde, que beneficia mais de 12 mil famílias que vivem em unidades de conservação marinhas, e destacou os investimentos do BNDES em projetos ligados à economia azul, como a descarbonização da frota naval e a recuperação de manguezais e recifes de coral. “No Brasil, apostamos na combinação de investimentos públicos e privados”, afirmou.

O presidente ressaltou que a economia azul foi incorporada como uma das prioridades da presidência brasileira do G20 e pediu reformas nas instituições financeiras multilaterais. Ele defendeu a ampliação e eficácia dos bancos multilaterais e sugeriu o uso de instrumentos como a troca de dívida por desenvolvimento e a emissão de Direitos Especiais de Saque para mobilizar recursos climáticos.

Lula também reforçou o papel do multilateralismo e da cooperação internacional. Destacou a importância de eventos como a Terceira Conferência sobre Oceanos, que terá início neste domingo em Nice, e a Cúpula do BRICS, que ocorrerá em julho no Rio de Janeiro, como oportunidades para avançar na construção de uma agenda global comprometida com o futuro dos oceanos.

Encerrando sua fala, o presidente utilizou uma expressão de origem indígena para mobilizar a comunidade internacional: “No Brasil, quando queremos mobilizar esforços em torno de um objetivo comum, utilizamos uma palavra de origem indígena chamada ‘mutirão’. Este Fórum renova a convocatória para o aumento dos compromissos financeiros com o Oceano. O planeta não aguenta mais promessas não cumpridas.” E concluiu: “Ou nós agimos, ou o planeta corre risco.”

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