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De acordo com o estudioso Franco Alencastro, mestre em relações internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ao contrário da maioria das colônias africanas, o Congo foi um "projeto pessoal" do rei Leopoldo II, da Bélgica. "O caso do Congo, da colonização do Congo pela Bélgica, é um pouco diferente do que a gente normalmente pensa por colonização”, destacou, enfatizando que o Congo não era uma colônia formal da Bélgica, e sim uma propriedade privada do monarca. "O Congo, na verdade, era como se fosse uma propriedade particular de uma única pessoa. Ele [o país] não pertencia à Bélgica, era uma sociedade, era um grupo pertencente ao Leopoldo, como se fosse uma fazenda, um grande fazendão pertencente a ele", disse Alencastro, que também é responsável pelo podcast 54 países e participou do podcast Mundioka, da Sputnik Brasil. Leopoldo II, à frente do Estado Livre do Congo, criou a fachada de "organização filantrópica" com a Associação Internacional do Congo, que supostamente visava promover o livre comércio e combater a escravidão. "A Associação Internacional do Congo era, em essência, oficialmente uma organização filantrópica para ajudar a promover a civilização, o livre comércio e o combate à escravidão", afirmou Alencastro. Mas essa máscara de benevolência ocultava uma exploração brutal, na qual a população local era forçada a trabalhar em plantações de borracha e marfim sob condições desumanas.  O historiador alertou para o contraste entre a imagem pública e as realidades por trás da cortina: "Grande parte do território do Congo foi loteado para empresas particulares, muitas das quais o proprietário principal era o rei Leopoldo, mas que tinham também outros acionistas poderosos na Europa." As atrocidades cometidas no Congo, segundo Alencastro, foram responsáveis pela morte de milhões de pessoas. "A estimativa é de que tenha morrido algo entre 8 e 20 milhões de pessoas no Congo durante esses praticamente 30 anos em que ficou sob o controle do Estado Livre do Congo, capitaneado pelo rei Leopoldo", disse o historiador. O especialista também mencionou as campanhas que revelaram esses abusos, como o trabalho do jornalista britânico Edmund Morel e do diplomata Roger Casement, que expam a exploração e os crimes contra a população congolesa. "Ele percebeu que o comércio entre a Bélgica e o Estado Livre do Congo era estranho. Como um país pode importar só armas e correntes?", comentou Alencastro, referindo-se à análise de Morel, que desencadeou uma campanha global por justiça. Alencastro também refletiu sobre a natureza de um possível genocídio no Congo, ponderando: "O genocídio é uma tentativa de exterminação de um povo. No caso do Congo, não havia uma política de exterminar o povo congolês, mas sim explorar a população para extrair riquezas." Apesar de a intenção do rei Leopoldo não ser exterminar o povo, as consequências foram devastadoras para a população local, que sofreu com trabalho forçado, tortura, mutilações e abusos imensos. O impacto dessa violência colonial, segundo Alencastro, ainda reverbera no Congo contemporâneo. "Hoje em dia, Cabo Verde tem um PIB [produto interno bruto] per capita oito vezes maior do que a República Democrática do Congo", destacou, mencionando que o legado da colonização contribuiu para o subdesenvolvimento do país. Além disso, apontou os fatores internos, como a corrupção sob o regime do ex-presidente Mobutu Sese Seko, que dificultou ainda mais o desenvolvimento do Congo após a independência. "Mobutu conseguiu amealhar uma fortuna de bilhões antes de ser derrubado em 1997", afirmou o especialista. 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      População do Congo enfrenta legado de violência e sofrimento da colonização belga 2l4nv

      De acordo com o estudioso Franco Alencastro, ao contrário da maioria das colônias africanas, o Congo foi um "projeto pessoal" do rei Leopoldo II 111y3u

      Civis deslocados internamente dos campos de Munigi e Kibati transportam os seus pertences enquanto fogem na sequência da luta entre os rebeldes M23 e as Forças Armadas da República Democrática do Congo (FARDC), em Goma, leste da República Democrática do Congo (Foto: REUTERS/Aubin Mukoni)
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      247 - A relação entre a Bélgica e o Congo é um dos capítulos mais sombrios da história colonial, marcada pela exploração brutal e desmedida dos recursos e da população congolesa. De acordo com o estudioso Franco Alencastro, mestre em relações internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ao contrário da maioria das colônias africanas, o Congo foi um "projeto pessoal" do rei Leopoldo II, da Bélgica.

      "O caso do Congo, da colonização do Congo pela Bélgica, é um pouco diferente do que a gente normalmente pensa por colonização”, destacou, enfatizando que o Congo não era uma colônia formal da Bélgica, e sim uma propriedade privada do monarca.

      "O Congo, na verdade, era como se fosse uma propriedade particular de uma única pessoa. Ele [o país] não pertencia à Bélgica, era uma sociedade, era um grupo pertencente ao Leopoldo, como se fosse uma fazenda, um grande fazendão pertencente a ele", disse Alencastro, que também é responsável pelo podcast 54 países e participou do podcast Mundioka, da Sputnik Brasil.

      Leopoldo II, à frente do Estado Livre do Congo, criou a fachada de "organização filantrópica" com a Associação Internacional do Congo, que supostamente visava promover o livre comércio e combater a escravidão.

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      Mas essa máscara de benevolência ocultava uma exploração brutal, na qual a população local era forçada a trabalhar em plantações de borracha e marfim sob condições desumanas. 

      O historiador alertou para o contraste entre a imagem pública e as realidades por trás da cortina: "Grande parte do território do Congo foi loteado para empresas particulares, muitas das quais o proprietário principal era o rei Leopoldo, mas que tinham também outros acionistas poderosos na Europa."

      As atrocidades cometidas no Congo, segundo Alencastro, foram responsáveis pela morte de milhões de pessoas. "A estimativa é de que tenha morrido algo entre 8 e 20 milhões de pessoas no Congo durante esses praticamente 30 anos em que ficou sob o controle do Estado Livre do Congo, capitaneado pelo rei Leopoldo", disse o historiador.

      O especialista também mencionou as campanhas que revelaram esses abusos, como o trabalho do jornalista britânico Edmund Morel e do diplomata Roger Casement, que expam a exploração e os crimes contra a população congolesa.

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