China condena tarifas “recíprocas” dos EUA e alerta para ameaça ao direito ao desenvolvimento do Sul Global
Porta-voz chinês afirma que medidas unilaterais dos EUA priorizam interesses próprios, violam regras da OMC e ampliam desigualdades globais
247 - A imposição unilateral de tarifas “recíprocas” pelos Estados Unidos representa uma séria ameaça ao direito ao desenvolvimento de países do Sul Global e será amplamente rejeitada pela comunidade internacional. A advertência foi feita nesta segunda-feira (7) pelo porta-voz Lin Jian, do Ministério das Relações Exteriores da China, durante coletiva de imprensa em Pequim. A informação é da agência estatal Xinhua.
O governo norte-americano vem adotando tarifas comerciais contra todos os seus parceiros comerciais, impactando mais de 180 países e regiões — inclusive economias classificadas pela ONU como as menos desenvolvidas do mundo. Especialistas alertam que as nações mais pobres, com estruturas econômicas frágeis e grande dependência das exportações, serão as mais atingidas pelas barreiras tarifárias.
Questionado sobre o tema, Lin Jian afirmou que os Estados Unidos, “sob o pretexto de ‘reciprocidade’, agem de forma a priorizar seus próprios interesses às custas dos direitos legítimos de outras nações”. Para ele, essa abordagem escancara o princípio do “América em primeiro lugar”, colocando-o acima das normas internacionais e demonstrando um comportamento “unilateral, protecionista e de intimidação econômica”.
Tarifas aprofundam desigualdades e colocam em risco a Agenda 2030 da ONU
De acordo com Lin, a China já manifestou oficialmente sua oposição ao que classificou como “abuso de tarifas” por parte de Washington, reafirmando sua postura firme diante da escalada protecionista.
Análises da Organização Mundial do Comércio (OMC) citadas pela Xinhua apontam que, em meio às desigualdades econômicas e à disparidade de poder entre os países, as políticas tarifárias dos EUA tendem a agravar ainda mais a disparidade de riqueza entre as nações. “Os países menos desenvolvidos enfrentarão consequências especialmente severas”, declarou Lin, acrescentando que essa tendência ameaça diretamente os esforços globais voltados ao cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Para o porta-voz chinês, a aplicação de tarifas diferenciadas pelos EUA fere o princípio da não discriminação da OMC e prejudica gravemente a ordem econômica e comercial internacional. Ele ainda ressaltou que tais medidas afetam a segurança e a estabilidade das cadeias industriais e de fornecimento globais, colocando em risco a recuperação econômica mundial.
China defende multilateralismo e equidade no comércio internacional
Ao criticar a postura norte-americana, Lin Jian reafirmou o compromisso chinês com uma economia global aberta, cooperativa e justa. “A abertura e a cooperação são uma tendência histórica, e o benefício mútuo e os resultados vantajosos para todos são aspirações dos povos. O desenvolvimento é um direito universal de todos os países, não um privilégio de poucos”, afirmou.
Concluindo sua declaração, Lin defendeu que todas as nações devem seguir o princípio da “consulta ampla, contribuição conjunta e benefícios compartilhados”, reforçar o verdadeiro multilateralismo, rejeitar todas as formas de unilateralismo e protecionismo, e sustentar tanto o sistema internacional liderado pelas Nações Unidas quanto o sistema comercial multilateral com a OMC no centro.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: