Reforma de armazéns da Conab avança com visitas técnicas no Paraná
Projeto liderado por Conab, Itaipu e Unops prevê R$ 55 milhões em reformas para ampliar estoques, reduzir custos e garantir segurança alimentar
247 - Unidades armazenadoras estratégicas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Paraná foram alvo de inspeção técnica no início de maio. A visita, realizada por representantes da Conab, da Itaipu Binacional e do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (Unops), teve como foco avaliar as condições estruturais, operacionais e de segurança das unidades e definir prioridades para a modernização de armazéns públicos.
As inspeções ocorreram nas cidades de Cambé, Rolândia e Ponta Grossa, contemplando três importantes estruturas de armazenagem de grãos no estado. A iniciativa integra um projeto de cooperação técnica firmado em março entre as três instituições e que prevê investimentos superiores a R$ 55 milhões, a serem aplicados até 2027. “Dar início à primeira etapa dessas reformas é um o importante, pois, ao final dessas obras, vamos conseguir voltar a operar na capacidade máxima desses armazéns”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.
Segundo Pretto, a recuperação das unidades é estratégica para a política de abastecimento do governo. “Esse investimento é essencial para a política social do governo, a fim de fortalecer a retomada da formação de estoques e garantir o abastecimento social", disse o dirigente.
A primeira estrutura visitada, no dia 7 de maio, foi a unidade de Cambé, que abriga um silo “buffalo” com capacidade para 25 mil toneladas. Construído com tecnologia canadense e inaugurado em 1985, o silo já foi conectado à malha ferroviária, operando até 2014 com ligação direta ao Porto de Paranaguá. A equipe técnica apontou a necessidade de substituição completa do sistema elétrico, troca de motores e correias, impermeabilização da estrutura, melhorias de segurança, ibilidade e infraestrutura de apoio a caminhoneiros e funcionários.
O diretor-geral da Itaipu Binacional, Enio Verri, destacou o impacto social das reformas, especialmente para os pequenos produtores. “É muito importante que essas reformas sejam feitas de maneira estruturada, para que possam trazer o maior benefício possível para os agricultores. Especialmente para os que trabalham na agricultura familiar, que não têm lugar para guardar a produção, será fundamental. Essa estrutura vai acabar beneficiando a população como um todo, pois vai reduzir os custos de armazenamento e permitir um preço mais justo na comercialização dos produtos.”
Em Rolândia, a comitiva inspecionou um armazém convencional com capacidade para até 55,3 mil toneladas, construído nos anos 1960. Entre as melhorias previstas estão adaptações para ibilidade, reforço estrutural das paredes, troca das portas principais e implantação de sistemas contra incêndio.
No dia 8, foi a vez da maior unidade armazenadora da Conab no Brasil, localizada em Ponta Grossa, com capacidade projetada para 420 mil toneladas – das quais 300 mil estão atualmente em operação. As demandas incluem modernização de balanças, sistemas elétricos e hidráulicos, impermeabilização e pintura dos silos, além da instalação de novos tombadores e cobertura para as moegas.
“Essa visita foi fundamental para que possamos avaliar a melhor maneira de executar as melhorias com os recursos disponíveis”, explicou Rafael Esposel, gerente de projetos do Unops. “Estamos avançando com um planejamento estratégico para não só definir prioridades em etapas, mas também executar o máximo possível das demandas da Conab com o recurso da Itaipu que temos em mãos.”
O plano de modernização seguirá com uma nova visita à unidade de Maracaju, no Mato Grosso do Sul, e a elaboração de diagnósticos técnicos detalhados. A proposta é garantir eficiência logística, sustentabilidade e segurança alimentar, em uma estratégia coordenada de longo prazo para fortalecer a capacidade de estocagem nacional de grãos como arroz, milho e soja.
O projeto prevê, inicialmente, a elaboração dos projetos executivos para as unidades de Cambé, Rolândia e Maracaju, além da execução das obras completas da unidade de Ponta Grossa até 2027. A expectativa da Conab é que as reformas fortaleçam a rede pública de armazenagem e contribuam para manter o equilíbrio dos preços dos alimentos no país.
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