Traficante do PCC apontado como mandante da morte de delator tem prisão decretada
Facção criminosa teria oferecido R$ 3 milhões para executar o empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach
247 - A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira (13) uma operação para prender Emilio Gongorra Castilho, também conhecido como "João Cigarreira" ou "Bil". Ele é apontado como um dos mandantes da execução do delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, revela reportagem do Estadão. O crime ocorreu em novembro do ano ado e, segundo as investigações, foi motivado pela cooperação do empresário com as autoridades.
Gritzbach era considerado uma peça-chave nas investigações sobre o esquema de lavagem de dinheiro da facção em São Paulo. Ele havia firmado um acordo de delação premiada com o Ministério Público em abril do ano ado e revelou detalhes sobre os métodos usados pelo PCC para ocultar recursos provenientes do tráfico de drogas. Além disso, delatou policiais de dois departamentos da Polícia Civil e de duas delegacias da capital paulista, acusando-os de manipular inquéritos e receber propina em dinheiro e imóveis para livrar membros da facção de investigações criminais.
Segundo apuração do Estadão, "Cigarreira" e Ademir Pereira de Andrade foram os responsáveis por contratar policiais militares para ass o empresário. O PCC teria oferecido R$ 3 milhões pelo crime. Desde a morte de Gritzbach, 26 suspeitos foram presos, incluindo 17 PMs, cinco policiais civis e quatro pessoas ligadas a Kaue Amaral Coelho, apontado como "olheiro" dos executores no dia do assassinato. Ele segue foragido e a Secretaria da Segurança Pública oferece R$ 50 mil por informações que levem à sua captura.
A relação de Gritzbach com o PCC remonta ao início dos anos 2010, quando ele atuava como corretor de imóveis na Porte Engenharia, construtora do bairro do Tatuapé, zona leste de São Paulo. Durante esse período, aproximou-se do grupo de traficantes liderado por Anselmo Bechelli Santa Fausta, conhecido como "Cara Preta". Em 2018, foi demitido da construtora e ou a atuar diretamente nos esquemas financeiros do PCC.
Em 2021, Gritzbach se tornou alvo da facção após ser acusado de desviar cerca de R$ 100 milhões em criptomoedas de "Cara Preta". Para evitar retaliação, ele teria ordenado a morte do traficante, contratando Noé Alves Schaum para realizar o crime. A execução aconteceu em 27 de dezembro de 2021 e também vitimou Antonio Corona Neto, conhecido como "Sem Sangue", que fazia a segurança de "Cara Preta".
No entanto, a resposta do PCC foi imediata. Pouco tempo depois, Schaum foi capturado, julgado pelo "tribunal do crime" e esquartejado por um membro da facção identificado como "Klaus Barbie" — referência ao oficial nazista que atuou na França ocupada durante a Segunda Guerra Mundial, conhecido como "Carniceiro de Lyon".
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com [email protected].
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: