PUC-SP adota definição de antissemitismo que abre margem para reprimir críticas a Israel
Nova mudança em regimento da universidade inclui a adoção da definição de antissemitismo da Aliança Internacional para Memória do Holocausto (IHRA)
247 - A Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) oficializou, nesta semana, uma mudança em seu regimento que inclui a adoção da definição de antissemitismo da Aliança Internacional para Memória do Holocausto (IHRA), informa a coluna de Analice Nicolau no Jornal de Brasília. A medida, apresentada como uma forma de combater o preconceito no ambiente acadêmico, gera preocupação devido ao risco de a definição ser usada para reprimir críticas legítimas ao Estado de Israel e ao genocídio promovido contra a população palestina de Gaza.
A PUC-SP se tornou a primeira universidade do Brasil a adotar oficialmente a definição da IHRA, que classifica como antissemitismo “toda manifestação retórica e física orientada contra indivíduos judeus e não judeus e/ou contra seus bens, instituições comunitárias e instalações religiosas judaicas, bem como manifestações contra o Estado de Israel enquanto coletividade judaica”.
A norma ressalva que críticas ao Estado de Israel, quando equivalentes às feitas a outros países, não se enquadram como antissemitismo. No entanto, a definição já foi usada em outros países para censurar atividades críticas a Israel, como a "Semana do Apartheid de Israel" em universidades do Reino Unido em 2017.
A decisão da PUC-SP ocorre em um contexto de crescente tensão no debate sobre o conflito israelo-palestino, especialmente após o genocídio em Gaza, onde mais de 45 mil palestinos foram mortos por forças israelenses desde outubro de 2023. A universidade afirma que a medida visa combater ataques a estudantes judeus, incluindo pichações com símbolos nazistas e ameaças verbais.
Além da questão antissemita, o novo regulamento da PUC-SP amplia a proteção a outros grupos minorizados, combatendo expressões racistas, LGBTfóbicas, nazistas, misóginas e xenofóbicas.
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