Polícia abre inquérito para investigar acusação de estupro contra PMs que deram carona em viatura para jovem
A vítima teria sido abusada dentro da viatura dos agentes após pedir ajuda durante um bloco
247 - A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar a acusação de estupro feita por uma jovem de 20 anos contra dois policiais militares. Segundo informações do g1, a vítima teria sido abusada dentro da viatura dos agentes após pedir ajuda durante um bloco de carnaval em Diadema, na Grande São Paulo.
De acordo com o delegado Marcos Gomes de Moura, responsável pelo caso no 26º Distrito Policial do Sacomã, a jovem prestou depoimento na noite da última terça-feira (4), reafirmando a acusação de abuso. "Ela teria reiterado em depoimento que foi abusada pelos policiais", confirmou o delegado. Diante do relato e das evidências apresentadas, a Polícia Civil decidiu instaurar a investigação e deve solicitar sigilo judicial para preservar a vítima e o andamento do inquérito.
Prisão dos PMs e início das investigações
Os dois policiais militares foram presos ainda na segunda-feira (3), não pelo suposto crime sexual, mas por descumprimento de missão. Isso porque abandonaram seus postos sem autorização para dar carona à jovem até a capital paulista, o que já configura transgressão disciplinar dentro da corporação.
A ocorrência foi registrada inicialmente pelo tio da vítima. Ele relatou que sua sobrinha pediu ajuda aos policiais durante a folia e que os agentes prometeram levá-la para casa. No entanto, às 22h27, a jovem enviou um áudio pedindo socorro, alegando ter sido abusada. Minutos depois, ela enviou vídeos e fotos de dentro da viatura, registrando os rostos dos policiais.
Após o contato, o tio perdeu comunicação com a jovem, que foi localizada horas depois na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Liberdade, sem seu telefone celular. Um escrivão do 26º DP foi quem acionou o SAMU, relatando que a moça estava "muito agitada".
Divergências nos relatos
Os policiais investigados negam as acusações. Em depoimento, alegaram que a jovem "surtou" dentro da viatura e, por isso, pediram que ela saísse do veículo próximo à Rodovia Anchieta. Eles também disseram que ela os ameaçou com uma falsa denúncia de estupro caso não fosse levada para casa.
A Polícia Militar investiga ainda se os agentes retiraram suas câmeras corporais no momento em que deram carona à jovem. Segundo ela, os policiais haviam consumido bebida alcoólica antes do ocorrido. Ambos foram submetidos a exames no Hospital da PM para verificar a presença de álcool no sangue, mas os resultados ainda não foram divulgados.
A vítima tem histórico de internação psiquiátrica e já fez uma denúncia de estupro contra o próprio pai no ado. No entanto, para a polícia, esses antecedentes não invalidam a necessidade de uma investigação rigorosa.
Nesta terça-feira (4), a Justiça converteu a prisão dos policiais em preventiva. As investigações seguem para esclarecer os fatos e determinar se houve crime sexual por parte dos agentes.
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