Justiça concede liberdade a homem que agrediu bebê acreditando ser "reborn"

247 - A Justiça de Minas Gerais determinou, neste sábado (7), a soltura de Felipe Martins Cruz, de 36 anos, preso após agredir uma bebê de quatro meses em um trailer de lanches na região da Savassi, em Belo Horizonte. A informação foi publicada originalmente pela CNN Brasil, que acompanha o caso desde a última quinta-feira (5), quando o homem foi detido em flagrante. Segundo testemunhas, ele afirmou acreditar que a criança era uma “bebê reborn” — boneca realista que imita um recém-nascido.

A decisão foi tomada durante audiência de custódia, com base no entendimento da juíza responsável de que não há fundamentos legais suficientes para manter a prisão preventiva, uma vez que o crime, classificado como lesão corporal leve, tem pena máxima inferior a quatro anos. Para garantir a liberdade, foi estipulada fiança de três salários mínimos — o equivalente a R$ 4.554,00 —, além do cumprimento de outras medidas cautelares.

Entre as condições impostas pela Justiça, Felipe deverá comparecer periodicamente ao Centro Estadual de Apoio Profissional ao Adolescente (CEAPA), pelo período mínimo de três meses, prorrogáveis por mais três, conforme avaliação da equipe técnica. Ele também terá que manter seu endereço atualizado e se apresentar sempre que convocado durante o andamento do inquérito e eventual processo judicial.

Relembre o caso

O episódio que gerou indignação pública aconteceu na noite da última quinta-feira, em um trailer de lanches na Savassi. De acordo com a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Felipe se aproximou dos pais da criança, que estavam com a filha no colo, e começou a brincar com ela. Em seguida, declarou que a bebê seria uma boneca “reborn”. Apesar da negativa dos pais, ele insistiu e, em um ato súbito, desferiu um tapa com a mão aberta na cabeça da criança.

A agressão causou inchaço na região atrás da orelha da bebê. Os socorristas que atenderam a ocorrência afirmaram que a violência representou um risco considerável à integridade da menina, especialmente por sua fragilidade física e pela forma como estava posicionada no colo da mãe no momento da agressão.

O suspeito foi contido por pessoas que estavam no local até a chegada da polícia. Devido às escoriações no braço esquerdo, ele também foi levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Aos policiais, Felipe confessou ter consumido bebida alcoólica, mas, segundo a PM, apresentava sinais de sobriedade. Ainda de acordo com o relato, ele disse ter se irritado com a mãe da criança, alegando que ela queria furar fila no atendimento do trailer.

A Defensoria Pública de Minas Gerais, responsável pela defesa de Felipe Martins Cruz, foi procurada pela CNN Brasil, mas ainda não se manifestou sobre o caso.

O episódio reacende o debate sobre o consumo de álcool, os limites do comportamento em espaços públicos e a proteção da infância. A conduta de Felipe será analisada no decorrer do inquérito policial, e ele poderá ser denunciado pelo Ministério Público nas próximas semanas.