Governo Tarcísio exclui empreiteiras brasileiras de edital da Linha 19 do metrô
Com critérios inéditos, governo Tarcísio é acusado de favorecer empresas espanholas, como ocorreu na disputa da Linha 6 em São Paulo
247 - O edital da Linha 19-Celeste do Metrô de São Paulo, lançado há cerca de um mês, provocou forte reação entre as grandes empreiteiras brasileiras. Segundo a coluna de Lauro Jardim, publicada em O Globo, as regras da licitação para a obra estimada em R$ 15 bilhões são vistas como um entrave ao ingresso de empresas nacionais, que consideram o processo direcionado para construtoras estrangeiras — em especial, espanholas.
A principal crítica recai sobre as exigências técnicas estipuladas pelo governo Tarcísio de Freitas. Os critérios de diâmetro e comprimento dos túneis fogem completamente do padrão adotado em outras concorrências do metrô paulista, tornando praticamente impossível a participação de empresas brasileiras com histórico de atuação no setor. De acordo com as construtoras nacionais, essas condições beneficiam diretamente companhias como a Acciona, Sacyr e OHL — todas da Espanha — que já contam com o maquinário e a experiência exigidos pelo edital.
A situação remete à concessão da Linha 6-Laranja, também em São Paulo, vencida pela Acciona após a desistência da brasileira Move São Paulo, consórcio liderado por Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC. Na ocasião, o governo estadual já havia sido acusado de não criar condições equitativas de competição. Agora, o cenário se repete, segundo representantes do setor, com uma formatação que “expulsa” os grupos nacionais, obrigando-os a se submeter a parcerias com estrangeiras caso queiram disputar o projeto.
A Linha 19-Celeste deverá ligar o bairro do Bosque Maia, em Guarulhos, à estação Anhangabaú, no centro da capital paulista, e é considerada uma das mais estratégicas para desafogar o sistema metropolitano. A previsão é de que transporte cerca de 600 mil ageiros por dia. Com tamanho investimento e impacto urbano, o edital desperta atenção redobrada — especialmente pelo modelo de parceria público-privada (PPP), que prevê grande participação de capital privado na construção e operação da linha.
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