Fábrica que pegou fogo no RJ não tinha alvará de funcionamento

247 - Uma fábrica de confecções foi destruída por um incêndio de grandes proporções na manhã desta quarta-feira (12), no bairro de Ramos, Zona Norte do Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva, o coronel Sarmento, subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, afirmou que a empresa não possuía alvará para funcionamento, o que comprometia as condições de segurança do prédio.

“Era uma edificação que possuía muitos materiais de alta combustão, como plásticos e papéis. A edificação não possui esse certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros e, por consequência, não tinha condições de segurança para o funcionamento”, declarou o oficial.

A operação de combate ao fogo mobilizou cerca de 90 bombeiros e 30 viaturas, incluindo o Grupamento de Operações Aéreas e especialistas em salvamento em altura. Apesar da gravidade da ocorrência, os militares conseguiram resgatar 21 pessoas, sem registro de mortes. O incêndio foi controlado e a equipe permanece no local para o rescaldo.

Funcionários relatam demora no atendimento

Funcionários da fábrica relataram demora na chegada do Corpo de Bombeiros, mas o coronel Sarmento contestou a informação. Segundo ele, o chamado foi feito às 7h39 e, quatro minutos depois, às 7h43, as primeiras viaturas já estavam no local.

A fábrica Maximus Confecções operava em regime de 24 horas devido à alta demanda do Carnaval, e alguns funcionários estavam dormindo no local quando o fogo começou. A suspeita é de que a presença de grande quantidade de materiais inflamáveis tenha contribuído para a rápida propagação das chamas.

Vítimas em estado grave

Das 21 pessoas resgatadas, 18 foram encaminhadas para unidades de saúde. O Hospital Estadual Getúlio Vargas recebeu 10 pacientes, sendo nove em estado grave e um em avaliação. Entre os feridos, três homens e cinco mulheres estão em condições críticas. O principal problema relatado pelos médicos foi a inalação de fumaça tóxica, que pode causar queimaduras nas vias respiratórias.

Outras oito pessoas foram levadas para o Hospital Federal de Bonsucesso e uma vítima, em estado grave, está internada no Hospital Municipal Souza Aguiar.

Investigação e impacto na comunidade

A Polícia Civil registrou o caso na 21ª DP (Bonsucesso) e perícias serão realizadas para determinar as causas do incêndio. A hipótese de negligência por parte dos responsáveis pela fábrica será apurada.

O incêndio também impactou moradores do condomínio vizinho, que precisaram evacuar suas residências. O Corpo de Bombeiros solicitou a remoção de veículos estacionados nas ruas ao redor da fábrica para facilitar a circulação das viaturas.

Além dos danos materiais e das vítimas, algumas escolas de samba do Rio de Janeiro afirmaram ter perdido fantasias que estavam na fábrica, prontas para serem usadas nos desfiles. A tragédia acontece às vésperas do Carnaval, um dos períodos mais movimentados para a indústria de confecções da cidade.