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      Deputado bolsonarista acusado de agressão propõe projeto para instalar câmeras em salas de aula para combater a violência

      Especialistas na área da educação e segurança escolar questionam a eficácia e as reais intenções da proposta

      Lucas Bove (Foto: Rodrigo Costa/Alesp)
      Laís Gouveia avatar
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      247 - Um projeto de lei em tramitação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tem gerado polêmica ao propor a instalação de câmeras de vigilância dentro das salas de aula das escolas estaduais. A proposta, de autoria do deputado estadual Lucas Bove (PL-SP), afirma ter como objetivo principal garantir a segurança de alunos e professores, mas especialistas e parlamentares da oposição veem na medida um risco de censura, intimidação e estímulo a práticas autoritárias. As informações são da reportagem do UOL.

      Segundo o texto do projeto, as câmeras serviriam para coibir “comportamentos inadequados” e registrar “situações que possam comprometer a segurança e o bem-estar da comunidade escolar, como violência física, agressão verbal, ameaças, bullying e discriminação”. O deputado, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, argumenta que o monitoramento audiovisual ajudaria a criar um ambiente mais seguro e disciplinado nas unidades de ensino.

      Entretanto, especialistas na área da educação e segurança escolar questionam a eficácia e as reais intenções da proposta. A advogada Cléo Garcia, uma das autoras do relatório Ataques de violência extrema em escolas no Brasil – atualização 2024, elaborado pelo D3e (Dados para um Debate Democrático na Educação), afirma que a presença de câmeras pode ter o efeito oposto ao pretendido. “Seria ineficaz. Já foi verificado, nos estudos da área, que adolescentes que querem fazer ataques querem justamente visibilidade — e a câmera daria mais visibilidade a eles”, afirma.

      Para a especialista, além de não evitar a violência, a vigilância constante pode prejudicar o desenvolvimento emocional dos alunos e criar um ambiente escolar ainda mais opressor.

      Na esfera política, a oposição à proposta também é contundente. O deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) critica o projeto, que considera uma tentativa de instrumentalizar o debate sobre segurança para promover censura e perseguição ideológica. “O projeto tenta se ‘esconder’ no debate sobre segurança, mas na verdade busca estabelecer censura e vigilância, para controlar e, no limite, perseguir professores”, declarou à reportagem.

      Ele também vê na proposta ecos de iniciativas promovidas por movimentos de extrema direita que rotulam educadores como “doutrinadores” e atacam a autonomia pedagógica. Para Simão Pedro, a medida representa um retrocesso e uma ameaça ao pensamento crítico nas escolas.

      A polêmica em torno da proposta se intensifica diante do histórico do autor do projeto. Lucas Bove foi acusado de agressão pela ex-esposa, a influencer Cíntia Chagas — fato que reacende questionamentos sobre o compromisso do parlamentar com o combate à violência.

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