Caso Vitória: Maicol é denunciado por feminicídio e ocultação de cadáver
Ministério Público de São Paulo acusa o réu de quatro crimes pela morte de Vitória Regina; pena pode chegar a 50 anos de prisão
247 - O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou Maicol Antonio Sales dos Santos, de 26 anos, pelos crimes de feminicídio, sequestro qualificado, ocultação de cadáver e fraude processual — este último, praticado três vezes. Ele é acusado de ass a adolescente Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, em Cajamar (SP), em fevereiro deste ano.
Segundo o promotor de Justiça Jandir Moura Torres Neto, a denúncia foi protocolada com urgência por conta do vencimento da prisão temporária, marcada para o dia 3 de maio. “O inquérito abriu vista para o MP ontem. A denúncia foi oferecida porque a prisão temporária vence no dia 3 de maio. A denúncia foi oferecida com agilidade para que o juiz tenha condições de verificar se concorda com a autoridade policial e MP”, explicou.
Maicol já se encontra preso preventivamente, mas o MP também solicitou a conversão da prisão temporária. A promotoria pediu ainda que o sigilo do processo seja parcialmente levantado, mantendo restrição apenas sobre imagens e documentos ligados à vítima. “Acabou de ser protocolada a denúncia. Uma parte do processo está com segredo de justiça. Adianto que foi feito um pedido pelo MP para que o sigilo seja levantado, restringindo o sigilo às fotos e documentos da vítima. Até que a decisão sobre esse ponto seja proferida o inquérito segue em sigilo”, disse Torres Neto.
O cálculo da pena máxima pode chegar a 50 anos de prisão, caso o juiz aplique as penas mais altas para todos os crimes imputados.
Durante as investigações, a polícia encontrou material genético de outro homem no carro de Maicol, o que levou o MP a solicitar uma nova apuração para verificar se outra pessoa teria ajudado na ocultação do corpo. “Há indicativo de que essa conduta o Maicol [de ocultar o cadáver] pode ter tido a participação de uma terceira pessoa”, afirmou o promotor.
O delegado Fábio Cenachi, responsável pelo inquérito, esclareceu que a participação de terceiros no sequestro e assassinato está descartada. “Essa pequena porção de material genético pode ser de alguém que participou [da ocultação de cadáver], mas também de alguém que andou no carro do Maicol”, disse.
Embora o MP tenha descartado a hipótese de estupro com base nas provas disponíveis, foi identificado um comportamento de motivação sexual por parte do acusado. “O que é possível afirmar com a prova produzida é que a finalidade de ele ter sequestrado a Vitória era realizar um desejo libidinoso dele”, disse o promotor Torres Neto.
A autópsia indicou que Vitória morreu por conta de facadas no tórax, pescoço e rosto, mas não apontou sinais de violência sexual.
As investigações apontaram que Maicol era obcecado por Vitória. Ele ou a acompanhar a adolescente pelas redes sociais desde 2024 e planejou o ataque após vê-la sozinha na rua, a caminho do ponto de ônibus. “Fica claro que somente ele participou desse crime”, afirmou o diretor do Departamento de Polícia da Macro São Paulo, Luiz Carlos do Carmo, durante entrevista coletiva.
Vitória Regina desapareceu no final de fevereiro, após sair do trabalho em um shopping de Cajamar. Ela ainda conseguiu mandar mensagens a uma amiga dizendo que estava com medo de estar sendo seguida. O corpo foi encontrado no dia 5 de março.
Maicol confessou o crime à polícia, mas a defesa alega coação durante o interrogatório e deve pedir a anulação da confissão.
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