Alckmin pode disputar o governo de SP em 2026 como parte de estratégia para ampliar apoio a Lula
Possível candidatura do vice-presidente abriria espaço para aliança com o centrão e reorganizaria a chapa à reeleição
247 - Uma possível candidatura de Geraldo Alckmin (PSB) ao governo de São Paulo em 2026 começa a ganhar espaço nas articulações do Palácio do Planalto. Segundo apuração da CNN a movimentação não seria apenas uma escolha pessoal do vice-presidente, mas uma peça estratégica no tabuleiro da sucessão presidencial, com potencial para ampliar o apoio à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com interlocutores do governo ouvidos pela jornalista, o objetivo é abrir espaço para que a vice-presidência seja ocupada por um nome ligado ao centrão, bloco político considerado fundamental para assegurar uma base sólida no Congresso Nacional e aumentar as chances de sucesso nas urnas. A mudança, no entanto, exigiria negociações delicadas — especialmente com o PSB, partido de Alckmin, que reluta em abrir mão da posição conquistada na vitória de 2022.
A disposição do vice-presidente em colaborar com a possível reconfiguração da chapa é vista como positiva nos bastidores petistas. Fontes próximas a Lula avaliam que “Alckmin poderia ser colaborativo” e não impor barreiras a um novo arranjo, embora reconheçam que o PSB ainda apresenta forte resistência à ideia. A legenda, que participou da aliança vitoriosa em 2022, considera a vice-presidência um espaço político estratégico e não pretende ceder facilmente.
A eventual candidatura de Alckmin ao Palácio dos Bandeirantes, no entanto, também enfrenta desafios eleitorais. Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de São Paulo, é considerado forte candidato à reeleição. Caso opte por disputar um novo mandato, o embate promete ser acirrado. Mesmo assim, aliados de Lula avaliam que Alckmin poderia oferecer um “palanque forte” no maior colégio eleitoral do país e contribuir significativamente para a campanha nacional.
A movimentação reforça a complexidade das articulações para 2026. Ao considerar ceder espaço ao centrão na chapa presidencial e lançar Alckmin em São Paulo, Lula busca ampliar sua governabilidade e consolidar uma frente ampla para enfrentar a oposição nas urnas. O cenário ainda está em fase inicial de construção, mas indica que as costuras políticas da próxima eleição já estão em curso com intensidade.
Alckmin, que governou o estado de São Paulo por quatro mandatos, mantém forte presença no eleitorado paulista e boa interlocução com diversos setores da política. Sua eventual candidatura, embora ainda especulativa, pode se tornar uma peça-chave para a estratégia eleitoral de Lula, que precisa reforçar sua presença no Sudeste e evitar a fragmentação de sua base.
A análise destaca que, embora a relação entre Lula e Alckmin seja positiva, o presidente ainda não garantiu a repetição da “dobradinha” de 2022. A possibilidade de mudança na composição da chapa e de realocação de aliados estratégicos revela um xadrez político que começou a ser jogado com mais de um ano de antecedência.
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