Adolescente que envenenou colega com bolo dormiu na casa da vítima na véspera do crime, diz pai
Segundo Silvio Ferreira das Neves, a jovem acusada presenciou Ana Luiza ar mal e “não demonstrou nenhuma reação
247 - O caso da morte da adolescente Ana Luiza Ferreira das Neves, de 17 anos, após comer um bolo envenenado na Grande São Paulo, ganhou novos e chocantes contornos nesta terça-feira (4). De acordo com informações do G1, a adolescente que confessou ter enviado o doce com veneno era colega da vítima e havia dormido na casa da família no mesmo fim de semana em que o crime ocorreu.
A tragédia começou a se desenrolar no sábado (31), quando Ana Luiza recebeu um bolo de pote acompanhado de um bilhete anônimo. Depois de consumir o doce, ela ou mal e foi levada ao hospital, onde recebeu atendimento e teve alta. No domingo (1º), voltou a apresentar sintomas mais graves, caiu no banheiro de casa e morreu a caminho do pronto-socorro.
O pai da vítima, Silvio Ferreira das Neves, relatou à imprensa que a jovem responsável pelo envenenamento presenciou todos os momentos de sofrimento de Ana Luiza sem esboçar qualquer reação. “Essa menina foi dormir lá em casa, acompanhou o caso todo. Viu [Ana Luiza] ando mal, viu a hora que a levei no hospital e, no outro dia, também viu minha menina caindo no banheiro e não demonstrou nenhuma reação”, declarou, visivelmente abalado.
Silvio também fez um desabafo comovente durante o velório da filha: “É muito difícil para mim... Perdi o amor da minha vida. Minha filha fez 17 anos na semana ada e não tem nem palavras para dizer o que eu estou sentindo. É difícil demais. Só Deus para me dar força, porque a minha filha não merecia isso...”A adolescente acusada, que também tem 17 anos, foi apreendida pela polícia e conduzida à Fundação Casa após a Justiça conceder o pedido de internação provisória. Inicialmente, ela negou envolvimento, mas acabou confessando o envenenamento após horas de interrogatório. As investigações revelaram que ela já havia tentado fazer uma vítima anteriormente.
No dia 15 de maio, a mesma jovem enviou um bolo semelhante a outra colega, que também ou mal, chegou a ser internada, mas sobreviveu. A coincidência no formato do bilhete enviado nos dois casos chamou a atenção da polícia. Com o avanço das investigações, imagens de câmeras de segurança e o depoimento de um motoboy permitiram localizar a autora.De acordo com o boletim de ocorrência, a irmã de Ana Luiza recebeu o embrulho por volta das 17h do sábado. Ana chegou por volta das 18h e consumiu o bolo. Menos de uma hora depois, começou a apresentar sintomas de intoxicação.
O relatório médico indica que, na segunda internação, a jovem já chegou ao hospital sem sinais vitais. Ela sofreu uma parada cardiorrespiratória cerca de 20 minutos antes de dar entrada na unidade, segundo o médico de plantão, Fernando Fernandez Barrientos.A causa preliminar da morte foi apontada como intoxicação alimentar. A polícia aguarda os resultados finais dos exames toxicológicos e da perícia para detalhar a substância utilizada.
A brutalidade e a frieza do crime chocaram familiares, vizinhos e internautas. O caso, além de mobilizar investigações intensas, reacende o debate sobre responsabilidade penal de menores em crimes de alto impacto emocional e social.
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