Lula faz duras críticas a Bolsonaro e afirma: ‘esse país precisa de alguém que bote o pé no chão’

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou nesta quarta-feira (28) a importância da proximidade entre o sistema político e a população. Na Paraíba, onde inaugurou obra de infraestrutura hídrica avaliada em R$ 1,45 bilhão, ele comentou sobre as dificuldades do povo brasileiro quando Jair Bolsonaro (PL) estava na presidência da República. O Trecho I do Ramal do Apodi, em Cachoeira dos Índios (PB), está 74,83% concluído e tem previsão de entrega para outubro de 2026. Quando finalizado, o ramal atenderá cerca de 750 mil pessoas em 54 municípios paraibanos e do Rio Grande do Norte.

“Nunca mais esse país vai ter um presidente negacionista que brigou com a Covid, que mentia descaradamente e vivia no celular mentindo. Esse país tem que ter o presidente que bote o pé no chão e cuide da decência e dignidade do povo brasileiro, e é isso que vamos fazer. Nunca mais podemos votar numa tranqueira para voltar a acontecer o que aconteceu no ado", disse Lula.

O presidente foi ao estado nordestino para a inauguração do Trecho I do Ramal do Apodi, na comunidade de Redondo, município de Cachoeira dos Índios. Com 115,5 km de extensão, a estrutura liga a Barragem Caiçara (PB) à Barragem Angicos (RN), com vazão projetada de 40 m³/s. 

Além da Paraíba, Lula visitou Salgueiro (PE), cidade que faz fronteira com o Ceará. O presidente participou da da ordem de serviço, no valor de R$ 491,3 milhões, para duplicar a capacidade de bombeamento de água em todo o Eixo Norte do Projeto de Integração do São Francisco ( PISF), nas estações de bombeamento intermunicipais EBI1, em Cabrobó (PE), EBI2 em Terra Nova (PE) e EBI3, no município pernambucano. 

A obra amplia a capacidade de 24,75 m³/s para 49 m³/s, beneficia 237 cidades e cerca de 8,1 milhões de pessoas nos estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. 

‘Caminho das Águas’ e a Transposição do São Francisco

As visitas marcam o encerramento da jornada Caminho das Águas, iniciativa do Governo Federal que reúne mais de 70 projetos de infraestrutura hídrica no âmbito do Novo PAC.

A transposição do Rio São Francisco é considerada a maior obra de infraestrutura hídrica do Brasil e da América Latina. Foi idealizada e iniciada no governo do presidente Lula, com a meta de beneficiar 12 milhões de pessoas em 390 municípios e 294 comunidades rurais. 

O projeto foi oficialmente lançado em junho de 2007, após décadas de debates sobre a necessidade de levar as águas do "Velho Chico" para regiões historicamente castigadas pela escassez de água. Foram iniciadas as principais frentes de trabalho nos dois grandes eixos — Norte e Leste —, consolidando sua autoria e compromisso com o desenvolvimento social e econômico do semiárido nordestino.

Além desses grandes canais da transposição do Rio São Francisco, outros projetos de segurança hídrica – como adutoras, ramais, reservatórios – estão espalhados pelos sertões da Bahia, Alagoas, Piauí e Maranhão, formando o Caminho das Águas. 

Somando estudos e projetos em andamento, são mais de 70 ações inscritas no Novo PAC - Programa de Aceleração do Crescimento. Todo o Caminho das Águas estará em inspeção nos meses de maio e junho, por uma comitiva liderada pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.

O PAC

O programa foi relançado em 2023, e tem previsão de R$ 1,7 trilhão de investimento em todos os estados do Brasil. Os recursos do Orçamento Geral da União (OGU) somam R$ 371 bilhões; o das empresas estatais, R$ 343 bilhões; financiamentos, R$ 362 bilhões; e setor privado, R$ 612 bilhões.

O Novo PAC foi organizado em Medidas Institucionais e em nove Eixos de Investimento. As medidas institucionais são um conjunto articulado de atos normativos de gestão e de planejamento que contribuem para a expansão sustentada de investimentos públicos e privados no Brasil. São cinco grandes grupos:

1. Aperfeiçoamento do Ambiente Regulatório e do Licenciamento Ambiental;
2. Expansão do Crédito e Incentivos Econômicos;
3. Aprimoramento dos Mecanismos de Concessão e PPPs;
4. Alinhamento ao Plano de Transição Ecológica;
5. Planejamento, Gestão e Compras Públicas.