Construção da megaponte Salvador-Itaparica deve avançar após renegociação entre governo da BA e empresas chinesas
Com um investimento de R$ 9 bilhões, obra promete ser a maior da América Latina, mas enfrenta críticas de ambientalistas e moradores da região
247 - A construção da megaponte de 12,4 quilômetros entre Salvador e a ilha de Itaparica, que estava paralisada, está prestes a avançar com um novo acordo entre o Governo da Bahia e o consórcio formado por empresas chinesas. O contrato, inicialmente assinado em novembro de 2020, agora prevê um investimento de R$ 9 bilhões, combinando recursos públicos e privados, com a conclusão da obra planejada para quatro anos após o início das obras civis.
Segundo a Folha de S. Paulo, a nova proposta é fruto de uma renegociação que alterou o valor inicial de R$ 6,3 bilhões para a construção do sistema viário, com R$ 1,5 bilhão provenientes de recursos públicos. Além disso, o governo baiano pagará uma contraprestação anual de R$ 56 milhões durante os 30 anos de vigência da concessão.
Ainda conforme a reportagem, a renegociação também revisou termos do contrato, como o seguro de demanda, que exige o governo estadual aportando recursos adicionais caso o volume de veículos seja abaixo do projetado. Esse ajuste no valor da obra foi necessário após um aumento extraordinário nos preços dos insumos da construção civil, agravado pela pandemia da Covid-19.
O projeto, que também foi discutido durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil em novembro, se tornou uma prioridade tanto para o governo brasileiro quanto chinês. Segundo Rui Costa, ministro da Casa Civil, a obra será tratada como uma prioridade para ambos os países.
Com o aval do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE-BA), o acordo deve ser finalizado, com a expectativa de que o projeto comece a ser executado em breve. O TCE-BA está analisando os termos finais do contrato, com a previsão de que o processo seja levado ao plenário até o final de dezembro.
A obra, que conectará Salvador à ilha de Itaparica, promete melhorar a infraestrutura da região, diminuindo as distâncias entre a capital e o baixo-sul da Bahia, com um fluxo estimado de 28 mil veículos por dia. Além disso, será uma grande alavanca para o turismo, facilitando o o a destinos como Morro de São Paulo e Boipeba.
No entanto, o projeto também enfrenta resistência. Ambientalistas e moradores da região expressam preocupações com o impacto sobre os ecossistemas locais, como manguezais, e com o risco de um crescimento urbano desordenado.
Quando concluída, a ponte Salvador-Itaparica será a maior da América Latina, superando a Rio-Niterói em extensão, e terá um vão principal de 482 metros de comprimento, com dois vãos secundários de 200 metros. Em Salvador, o projeto prevê uma nova estrutura viária composta por viadutos e dois túneis, prometendo reduzir significativamente o tempo de travessia, que, atualmente, leva cerca de uma hora no sistema de ferryboats, para apenas 15 minutos.
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