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      Senado dá nova demonstração de machismo em debate sobre cotas para candidatas mulheres

      Senadores citaram ‘preocupação com o nível’ das candidaturas e ‘a maior dificuldade do mundo colocar mulher para ser candidata’

      Sessão da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado (Foto: Geraldo Magelay/Agência Senado)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Um dia após a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, abandonar uma sessão no Senado após ataques virulentos e misóginos por parte de senadores, a Casa deu nesta quarta-feira (28) uma nova demonstração de machismo. Durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, senadores expressaram resistência à proposta de reserva de vagas e recursos para candidaturas femininas. A reunião, que analisava o novo Código Eleitoral, teve declarações classificadas como misóginas por senadoras presentes, relata o g1.

      A polêmica começou quando o relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), apresentou seu parecer. O texto prevê, para as próximas duas décadas, uma cota de 20% de cadeiras para mulheres nos parlamentos (Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas e Congresso Nacional), além da destinação mínima de 30% do tempo de rádio e TV e dos recursos de campanha para candidaturas femininas. Essa proposta substituiria a regra atual, que exige no mínimo 30% de candidatas nas chapas partidárias.

      Ao defender as mudanças, Marcelo Castro afirmou que a norma vigente gera “judicialização” e favorece candidaturas fictícias. “Estamos tirando a obrigatoriedade de candidaturas femininas, porque isso traz um transtorno imenso aos partidos. Cria judicialização, cria candidaturas laranjas, bota mulheres para serem candidatas que não querem ser", argumentou.

      Declarações criticadas como misóginas por senadoras - As falas mais controversas vieram após essa exposição. O senador Jayme Campos (União-MT) sugeriu a inclusão de uma “cláusula de qualidade” para os candidatos. “Tem que colocar no projeto aqui que os candidatos, seja feminino ou masculino... tem muitos que não sabem dizer o que estão fazendo”, disse, antes de contar o caso de uma candidata em seu estado que, segundo ele, usou verba partidária para pagar despesas veterinárias de um cachorro.

      A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), em resposta, questionou se Campos associava o suposto despreparo ao fato de a candidata ser mulher. “Só para eu entender, o senhor se refere a uma candidatura feminina? Ela não tinha informação porque ela é mulher?”, indagou. Em seguida, completou: “vamos explicar isso direito, porque a forma como o senhor está colocando dá a entender que as mulheres sequer sabem por que são candidatas. Isso acontece com homens de forma rotineira. Na discussão de [candidatas] mulheres, isso é inissível, senador".

      Jayme Campos tentou se defender afirmando que sua crítica não era direcionada apenas às mulheres, embora sua intervenção tenha ocorrido justamente durante o debate das cotas femininas.

      “A maior dificuldade do mundo” - Outro momento polêmico foi protagonizado pelo senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR), que sugeriu a obrigatoriedade de presidência feminina nos diretórios estaduais dos partidos como forma de estimular mais mulheres a se candidatarem. Mas seu argumento foi considerado contraditório.

      “A maior dificuldade do mundo é colocar mulher para ser candidata. [...] Pelo contrário. O meu partido faz campanha para ter mulher candidata. Os homens são prejudicados porque as mulheres não querem ser candidatas", disse Mecias, afirmando que não consegue completar a cota exigida por falta de interessadas.

      Eliziane Gama voltou a intervir, afirmando que concordava com a ideia de fortalecer a presença de mulheres na presidência partidária, mas destacou o desafio real enfrentado por elas. “Nós temos 33 partidos no Brasil, só temos uma mulher presidindo, que é a Renata [Abreu, do Podemos]”, apontou.

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