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      "Não é possível que o Brasil repita uma anistia equivocada e perversa", diz Hildegard Angel

      Filhos de Vladimir Herzog e Zuzu Angel e outros defensores da democracia estarão no STF no julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe

      Hildegard Angel acompanha julgamento da tentativa de golpe no STF (Foto: Antonio Augusto/STF)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - O primeiro dia do julgamento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (25), será marcado pela presença simbólica de personagens que carregam, na pele e na memória, as cicatrizes do autoritarismo. Filhos de Vladimir Herzog e Zuzu Angel, dois dos mais emblemáticos nomes entre as vítimas da ditadura militar brasileira, ocuparão a plateia do plenário, ao lado de ex-presos políticos, juristas e militantes dos direitos humanos, informa Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. Para eles, trata-se de um momento inédito e histórico: pela primeira vez, agentes do Estado são julgados por atentar contra a democracia.

      Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, viajou de São Paulo a Brasília acompanhado de seu filho Lucas, de 27 anos, neto do jornalista assassinado em 1975 nas dependências do DOI-Codi. “Decidi ir ao julgamento porque é um momento histórico. Pela primeira vez no Brasil, agentes do Estado serão processados por atentarem contra a democracia”, afirmou Ivo. Ele também destacou a carga simbólica da data: 2025 marca os 50 anos do assassinato de Vlado.

      A jornalista Hildegard Angel, filha da estilista Zuzu Angel, também estará presente. Sua participação vai além do gesto pessoal — é um ato de resistência e memória coletiva. “Tenho uma obrigação histórica, humana e pessoal de estar no julgamento. Pelos mortos, desaparecidos e os que têm vida a viver. Não é possível que o Brasil repita uma anistia equivocada e perversa”, declarou a jornalista do Brasil 247. A fala faz referência à Lei da Anistia, de 1979, que impediu a responsabilização de torturadores e assassinos da ditadura.

      Outro nome que reforça a dimensão política do momento é o de Paulo Vannuchi, ex-ministro dos Direitos Humanos no governo Lula e ex-preso político. Ele teve um primo assassinado sob tortura. “É importante que lá estejam pessoas preocupadas com a democracia”, afirmou. “Na votação do impeachment de Dilma, Bolsonaro homenageou sonoramente o maior chefe da tortura, Brilhante Ustra”, relembrou, referindo-se à infame declaração feita pelo então deputado federal em 2016.

      A presença desses familiares e sobreviventes é vista como um gesto poderoso de afirmação democrática. “Será de um simbolismo extraordinário”, avaliou Vannuchi. Também é aguardada a presença de juristas que não atuam diretamente no processo, como o advogado Belisário dos Santos Jr., reconhecido por sua trajetória em defesa dos direitos humanos. Para ele, assim como para os demais presentes, o julgamento de Bolsonaro representa um divisor de águas na história recente do país.

      O STF inicia nesta terça o julgamento de Jair Bolsonaro e outros acusados por suposta tentativa de golpe de Estado, no contexto dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 e das declarações golpistas feitas nos meses seguintes à sua derrota nas eleições de 2022. O processo é apontado por setores da sociedade civil como essencial para a consolidação da democracia brasileira e para o rompimento definitivo com a lógica da impunidade dos poderosos.

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