Moraes abre inquérito sobre Carla Zambelli por suspeita de obstrução judicial
Segundo o ministro, é necessário investigar 'condutas criminosas' e 'desinformação para descredibilizar as instituições brasileiras'
247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a abertura de um inquérito na Polícia Federal, com o objetivo de apurar se a deputada Carla Zambelli (PL-SP) tenta obstruir, atrapalhar a investigação penal sobre a invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O STF condenou a bolsonarista a 10 anos de prisão. Fugitiva do Brasil, a parlamentar considera pedir asilo ao governo dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump.
"As diversas entrevistas da ré, em 3/6/2025, indicam que a sua fuga do território nacional se reveste, além da tentativa de impedir a aplicação da lei penal, também, na reiteração das condutas criminosas de atentar contra as Instituições, por meio de desinformação para descredibilizar das instituições democráticas brasileiras e de interferir no andamento de processos judiciais em trâmite nesta Corte", escreveu Moraes na decisão.
De acordo com as investigações, a parlamentar atuou para colocar documentos falsos na base de dados do CNJ, incluindo um suposto mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, atacado por políticos bolsonaristas, por causa de sua atuação em inquéritos como trama golpista e milícias digitais.
As investigações apontaram que a atuação de Zambelli fazia parte de um esquema golpista. O STF tornou 31 réus por envolvimento no inquérito da trama golpista, entre eles Jair Bolsonaro (PL) - a deputada não esteve nesta lista.
O ministro Alexandre de Moraes considerou que a deputada ficará nos Estados Unidos atuando de forma parecida à de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), apontou o blog do Camarotti. Após as conclusões da PF sobre a suposta obstrução judicial de Carla Zambelli, a Procuradoria-Geral da República a a analisar o caso.
Já o deputado federal licenciado vem fazendo articulações com a extrema-direita norte-americana e discute possíveis sanções contra Moraes. A PGR investiga a atuação de Eduardo nos EUA.
No mês ado, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, afirmou que a possibilidade de aplicar sanções contra Moraes está sendo considerada, mas o governo Trump encontra dificuldades.
Em fevereiro, a Justiça norte-americana rejeitou um pedido de liminar apresentado pela plataforma de vídeos Rumble e pela Trump Media & Technology Group contra Moraes. As empresas não queriam atender à determinações do magistrado brasileiro, que incluíam a remoção de contas de um apoiador de Jair Bolsonaro.
Autoridades diplomáticas do Brasil entraram em contato com representantes dos EUA e afirmaram que sanções contra Moraes e o STF seriam um desastre para as relações entre os dois países.
Nesta terça-feira (3), o ministro fez um discurso no Tribunal Superior Eleitoral e afirmou que a democracia brasileira saberá se defender de ameaças, independentemente de serem provenientes do Brasil ou do exterior.
O TSE, de onde Moraes fez o pronunciamento, condenou Jair Bolsonaro à inelegibilidade em 2023. O motivo foram declarações golpistas no ano anterior, quando ele afirmou a embaixadores, em Brasília (DF), que o sistema eleitoral brasileiro não tem segurança contra fraudes.
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