Médico do DF acusado de atender bêbado recebeu Bolsa Família enquanto concursado (vídeo)

247 - O médico Izailson Chaves Rocha de França, de 46 anos, está no centro de uma polêmica envolvendo condutas éticas e legais. Além de ser filmado atendendo pacientes em estado de embriaguez, ele foi preso no último sábado (16) após colidir com o carro de um paciente no estacionamento do Hospital Regional de Samambaia (HRSam) e fugir. A informação foi publicada pelo Metrópoles.

As denúncias não param por aí: registros do governo mostram que Izailson recebeu benefícios do Bolsa Família até fevereiro de 2014, mesmo após ser itido como concursado na Secretaria de Saúde do Distrito Federal, em junho de 2013. Nesse período, ele acumulou R$ 1.344 pelo programa social, além de receber um salário bruto de R$ 103.712,82 e remuneração líquida de R$ 73.329,32.

Conduta questionável e prisão

A prisão de Izailson ocorreu na manhã de sábado, quando ele bateu em um carro estacionado no HRSam e fugiu. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) o localizou em Samambaia, onde o veículo estava estacionado com a porta do motorista aberta e dois pneus furados. De acordo com os policiais, o médico apresentava sinais claros de embriaguez, como odor de álcool, olhos avermelhados e fala desconexa. Ele se recusou a realizar o teste do bafômetro.

A situação agravou-se com a divulgação de um vídeo que mostra o profissional aparentemente alcoolizado durante o atendimento no hospital. Nas imagens, familiares de uma paciente relatam que ele não conseguia sequer abrir o computador para liberar um analgésico. “Isso é um absurdo”, reclamou uma das pessoas no vídeo.

Histórico de benefícios do Bolsa Família

Outro ponto controverso envolve o recebimento do Bolsa Família. Apesar de ter sido nomeado em junho de 2013, Izailson continuou recebendo o benefício até fevereiro de 2014. Durante esse período, ele acumulou mais de R$ 70 mil em remuneração líquida como médico concursado, mas não cancelou o cadastro no programa social voltado para famílias em situação de vulnerabilidade.

Atualmente, o médico ocupa o cargo de gerente de emergência e recebeu R$ 25 mil apenas no mês de outubro, conforme consta no Portal de Transparência.

Secretaria de Saúde se manifesta

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal repudiou a conduta do servidor. Em nota, a pasta declarou que "não compactua com atitudes que coloquem em risco a segurança e o bem-estar dos pacientes" e informou que as medidas istrativas cabíveis serão tomadas.