Aliança entre Lula e Alcolumbre barra anistia no Senado
Presidente do Senado evita reunião com senadores da oposição, que tentam emplacar proposta que livra Bolsonaro pela tentativa de golpe de Estado
247 - A dificuldade da oposição em dialogar com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), tem gerado frustração entre parlamentares que defendem a anistia aos envolvidos na tentativa de golpe bolsonarista. Segundo o g1, líderes da oposição afirmam que, desde o retorno de Alcolumbre de uma viagem oficial à China com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nenhum contato presencial ou telefônico com ele foi possível.
A crescente aproximação entre Alcolumbre e Lula é apontada como um dos principais obstáculos para o avanço de um projeto alternativo de anistia. A proposta vem sendo discutida nos bastidores por setores do Congresso, mas permanece inível à oposição, que diz sequer conhecer seu conteúdo.
A insatisfação é reforçada pela ausência de qualquer reunião com o presidente do Senado, que seria essencial para mediar a discussão sobre o novo texto.
Resistência ao texto alternativo - A anistia aos participantes dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 é uma bandeira central para os aliados de Jair Bolsonaro (PL). O projeto que tramita atualmente — e que foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados — prevê a possibilidade de beneficiar até o próprio Bolsonaro, caso ele venha a ser condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na tentativa de golpe de Estado.
Enquanto isso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), mantém em suspenso a votação da urgência do projeto. Motta trabalha em conjunto com Alcolumbre e interlocutores do STF na elaboração de um texto alternativo. A proposta em estudo preservaria punições severas para os líderes dos ataques, ao mesmo tempo em que suavizaria as penas para réus de menor relevância.
A resistência, no entanto, parte do próprio PL, que pressiona para manter a versão aprovada na CCJ, pois ela oferece uma blindagem mais ampla a Bolsonaro e seus principais aliados. Parlamentares do partido consideram qualquer mudança uma ameaça direta ao ex-presidente, que atualmente responde a diversos processos judiciais e teve sua inelegibilidade confirmada.
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