'Qual o verdadeiro custo da guerra às drogas? Em vidas e não apenas em cifras', questiona Mariana Siracusa

247 - Coordenadora de pesquisa do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), Mariana Siracusa destacou os altos custos da guerra às drogas, que vão além dos aspectos econômicos, incluindo impactos sociais como encarceramento em massa, racismo e corrupção policial.

Ela falou no que discutiu os impactos econômicos e sociais da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que descriminalizou o uso de cannabis, durante o evento "A Política Nacional sobre Drogas: Um Novo Paradigma". A conferência foi realizada pelo Brasil 247, TV 247 e Consultor Jurídico, com apoio do grupo Prerrogativas, em Brasília (DF). 

"Quanto custa a guerra às drogas? Pode parecer uma pergunta simples, mas as respostas são complexas, porque os custos não são apenas econômicos, mas sobretudo sociais, como encarceramento em massa, racismo e corrupção policial", questionou. 

Siracusa citou um estudo do CESeC que aponta que a guerra às drogas afeta diretamente a educação, com perdas significativas no aprendizado de alunos, especialmente no Rio de Janeiro, onde crianças de 12 anos perderam 60% do aprendizado esperado em português e 100% em matemática, impactando sua renda futura.

Na saúde, o fechamento de unidades e o adiamento de consultas aumentaram casos de ansiedade, depressão, hipertensão e insônia em moradores de favelas. 

Em termos econômicos, ela estimou: "Olhando para o gasto do sistema de justiça criminal como um todo, toda a engrenagem da guerra às drogas, em apenas um ano seis estados gastaram 7 bilhões de reais para implementar a Lei de Drogas. Provavelmente esse valor é o dobro ou até o triplo, que poderia ser revertido em outros investimentos sociais". 

Por fim, afirmou que, embora seja possível quantificar os custos econômicos, o sofrimento humano, como o trauma das famílias que perdem entes queridos, é imensurável.

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