Quaquá defende aliança mais sólida de Lula com o Centrão na segunda metade do governo

247 – Em entrevista à CartaCapital, Washington Quaquá, vice-presidente do PT e prefeito eleito de Maricá (RJ), destacou a importância de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva construir uma base parlamentar robusta no Centrão para evitar uma crise política semelhante à que resultou na destituição de Dilma Rousseff em 2016.

“Lula precisa ter uma base sólida no Centrão, porque o Congresso que está aí foi eleito. O presidente, para não acontecer o que aconteceu com a Dilma, que é perder maioria e criar uma crise institucional, precisa ter maioria no Congresso”, afirmou Quaquá.

A fragilidade do governo no Congresso, especialmente na Câmara dos Deputados, é um desafio reconhecido. Partidos como União Brasil, PP e Republicanos, que detêm ministérios, frequentemente votam contra pautas essenciais e abrigam lideranças alinhadas ao bolsonarismo. A polêmica sobre o pagamento de emendas, supervisionada pelo Supremo Tribunal Federal, agravou ainda mais o clima político no segundo semestre.

Dentro do Centrão, há uma tendência de que Lula amplie a participação desses partidos em seu governo, apesar das “traições” mencionadas por Quaquá. Isso gera discussões sobre o futuro de figuras como Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Arthur Lira (PP-AL), cujos mandatos como presidente do Senado e da Câmara, respectivamente, estão prestes a terminar. As eleições para essas posições ocorrerão em 3 de fevereiro, logo após o recesso que se inicia neste fim de semana.

“Para ter maioria no Congresso, ele tem de estabilizar a base de centro na Câmara e no Senado”, ressaltou Quaquá, defendendo o diálogo com líderes influentes do Centrão, como Hugo Motta (Republicanos-PB) na Câmara e Davi Alcolumbre (União-AP) no Senado. “Sou plenamente favorável à participação de quem quer que seja do Centrão para estabilizar uma base sólida para o presidente Lula poder governar e melhorar a vida do povo”, completou.