“Putin está convidado para a cúpula do BRICS, mas sabe que corre riscos", diz Lula
Presidente afirmou que a Rússia é fundadora do grupo, mas lembrou a condenação do líder russo em um tribunal internacional
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou neste sábado (7) que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está convidado para a cúpula do BRICS, que será realizada no Rio de Janeiro nos dias 6 e 7 de julho. Ao ser questionado por um jornalista francês, Lula afirmou que a Rússia é membro fundador do bloco e, portanto, Putin é convidado. A declaração foi dada durante a coletiva de imprensa concedida em Paris, onde o presidente cumpre agenda oficial.
“A Rússia é membro nato dos BRICS. Portanto, o presidente Vladimir Putin está convidado. Ele pode participar ou não. Ele sabe que corre riscos porque está condenado por um tribunal internacional”, disse Lula, ao comentar a situação do presidente russo, alvo de um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Ainda assim, o presidente brasileiro destacou que cabe a Putin decidir se comparecerá ou não à reunião.
“Eu defendo a paz”, afirma Lula sobre a guerra na Ucrânia
Ao abordar o conflito entre Rússia e Ucrânia, Lula demonstrou compreensão em relação à posição dos líderes europeus, mas pediu reciprocidade. “Sobre a guerra da Ucrânia, eu compreendo o calor dos dirigentes europeus. Agora eu quero que eles compreendam o meu comportamento. Eu defendo a paz”, declarou.
Para o presidente, a resolução do conflito está condicionada mais à vontade política do que a obstáculos insuperáveis. “Todo mundo sabe o que vai acontecer. As condições do acordo entre Rússia e Ucrânia já estão colocadas. O que está faltando é coragem”, avaliou. Lula afirmou ter feito uma proposta concreta para fomentar o diálogo: “Propus ao presidente Emmanuel Macron que o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, procure Putin e o Zelensky em busca de um acordo.”
Ele ressaltou que um eventual acordo exigirá concessões de ambas as partes. “Ninguém vai ter tudo o que quer. Cada um vai ficar com o que for possível conquistar”, pontuou.
“Tão grave quanto a Ucrânia é Gaza”
Lula também chamou a atenção para o genocídio em curso na Faixa de Gaza, ao qual atribuiu a mesma gravidade da guerra na Ucrânia. “Agora tão grave quanto a Ucrânia é Gaza. Estão dizimando uma nação. A pretexto de quê?”, questionou. E completou: “O palestino não é um ser inferior.”
O presidente ainda demonstrou perplexidade com o aparato de segurança israelense. “Eu também me questiono como a inteligência de Israel permitiu que a invasão do Hamas ocorresse”, disse, indicando que há elementos no conflito que precisam ser melhor compreendidos.
Diplomacia ativa e altiva
Lula tem reiterado em suas falas que o Brasil não aceitará mais uma postura subalterna no cenário global. Em Paris, ele defendeu que o país pense grande, se imponha nas relações internacionais e exerça plenamente seu papel como potência regional e global.
“O Brasil precisa deixar de ser pequeno. Os nossos embaixadores precisam pensar grande. A gente não é menor do que ninguém”, disse o presidente, em tom de crítica à postura anterior da diplomacia brasileira. E reforçou: “Acabou o momento em que o Brasil não era levado em conta. O Brasil hoje se faz respeitar. Nós somos do Sul Global e não devemos nada a ninguém.” Confira a coletiva:
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