Governo Lula comemora queda na rejeição entre trabalhadores formais e classe média
Equipe presidencial atribui melhora em setores específicos à recuperação econômica e vê desafio em reconquistar apoio entre os mais pobres
247 – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu com otimismo os dados da nova pesquisa Quaest divulgada na quarta-feira (4), mesmo diante de um cenário ainda adverso na avaliação geral da população. A análise foi publicada pela jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna na Folha de S.Paulo.
Embora a desaprovação ao presidente permaneça alta, com 57% dos entrevistados contra 40% de aprovação, a avaliação do governo melhorou em segmentos estratégicos da sociedade. Entre trabalhadores formais e setores da classe média, houve sinais de recuperação que o Palácio do Planalto atribui diretamente à percepção de melhora na economia.
A gangorra da aprovação nas faixas salariais
A sondagem da Quaest aponta queda na rejeição entre os brasileiros com rendimentos mais altos. No grupo que ganha acima de cinco salários mínimos, a desaprovação caiu de 64% para 61%, enquanto a aprovação subiu de 34% para 38%. Entre aqueles que recebem entre dois e cinco salários, a rejeição também cedeu — de 61% para 56% — ao o que a aprovação deu um salto de 36% para 43%.
Para os analistas do governo, os dados são “superpositivos” e indicam que as medidas econômicas recentes e a recuperação gradual do poder de compra já começam a surtir efeito nesses setores. A equipe de comunicação do Planalto considera que a reversão da tendência de queda na popularidade, registrada em pesquisas anteriores, já está em curso — ainda que de forma desigual entre os diferentes grupos sociais.
O desafio entre os mais pobres
A preocupação agora se volta à base histórica de apoio de Lula: os brasileiros que ganham até dois salários mínimos. Nesse segmento, os números revelam um descontentamento crescente. A rejeição ao governo saltou de 34% em dezembro do ano ado para 49% na pesquisa desta semana.
O diagnóstico dentro do governo é de que a inflação, em especial a dos alimentos, tem penalizado severamente essa parcela da população. Como resultado, cresce a percepção de que o governo federal é diretamente responsável pelas dificuldades enfrentadas no dia a dia. Isso se reflete também na percepção sobre as políticas públicas voltadas à população de baixa renda.
Programas sociais têm efeito limitado na percepção pública
Mesmo com a ampliação de programas sociais, como o Bolsa Família e o Desenrola Brasil, os dados da Quaest indicam um efeito limitado na imagem do governo entre os mais pobres. Apenas 5% dos entrevistados citaram ações sociais ou de apoio à população vulnerável quando questionados sobre notícias positivas envolvendo a istração Lula.
Mais alarmante ainda: 51% afirmaram que “não ouviram nenhuma notícia positiva” sobre o governo petista. O dado é visto como um sinal de alerta para o Planalto, que estuda novas estratégias de comunicação e reposicionamento para atingir novamente esse público, historicamente ligado ao projeto lulista.
Otimismo moderado e foco na base
Apesar da alta desaprovação geral, o governo Lula se agarra aos sinais de recuperação nos estratos médios como indicador de que sua agenda econômica pode, ao longo do tempo, reverter também a insatisfação dos mais pobres. O desafio, reconhecido por integrantes do núcleo político do Planalto, é “reconectar-se com a base” — e isso dependerá não apenas de números macroeconômicos, mas de ações que cheguem diretamente à ponta, com impacto perceptível no cotidiano da população.
A pesquisa reacende o alerta, mas também acende uma luz de esperança para o governo, que aposta no crescimento sustentado da economia como o principal trunfo para recuperar a popularidade perdida.
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