Pansera anuncia até R$ 60 bilhões para inovação com a Nova Indústria Brasil

247 – Durante a celebração do Dia da Indústria no BNDES, realizada com apoio do Brasil 247, da TV 247 e da Agenda do Poder, o presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Celso Pansera, apresentou um balanço inédito de investimentos em ciência, tecnologia e inovação e anunciou que o programa Nova Indústria Brasil poderá mobilizar até R$ 60 bilhões. 

“Estamos colocando recursos em subvenção para empresas e universidades como nunca antes na história da FINEP”, afirmou Pansera. Ele destacou que, somente em 2023, os investimentos não reembolsáveis saltaram 80% em relação a 2022, e que em 2024 haverá novo avanço de 28%, com mais 16% projetados para 2025. Segundo ele, esses números superam, em apenas um ano, todo o volume de investimentos dos quatro anos anteriores do governo anterior.

Explosão de demanda e novo patamar de financiamento

Pansera destacou a explosão da demanda após o lançamento do programa Nova Indústria Brasil, que oferece linhas de financiamento com juros abaixo da Taxa Referencial (TR). “Tivemos um salto extraordinário. A indústria nacional tem projetos bons, mas não havia recursos. Agora temos R$ 20 bilhões em demanda apenas na FINEP”, afirmou.

A previsão inicial era de R$ 44 bilhões em financiamentos, mas, com a reestruturação da legislação do FNDCT e a liberação de estoques represados, esse número já subiu para R$ 51 bilhões. Com novas liberações, o valor pode chegar a R$ 60 bilhões. “O programa existe, é sólido, está mudando a relação entre o setor produtivo e a FINEP”, completou.

Seis missões estruturantes

O programa Nova Indústria Brasil está estruturado em seis missões principais: cadeias agroindustriais (R$ 7,8 bilhões), saúde (R$ 5 bilhões), infraestrutura e mobilidade (R$ 5,1 bilhões), transformação digital (R$ 4,1 bilhões), transição energética (R$ 6,8 bilhões) e defesa (R$ 2,7 bilhões). “São áreas estratégicas para uma reindustrialização robusta e tecnológica”, explicou.

Pansera citou ainda que já foram aprovados 2.572 projetos, com R$ 30 bilhões da FINEP e quase R$ 5 bilhões de contrapartida do setor privado. “Hoje, o dinheiro da FINEP chega rápido, como disseram nossos parceiros da ABIMAQ”, relatou.

Integração com universidades e combate à fuga de cérebros

A política de inovação também promove maior articulação entre governo, empresas e universidades. Em 2024, o setor produtivo deve investir R$ 1,4 bilhão em PD&I externo (realizado em universidades e institutos) e R$ 3,5 bilhões em PD&I interno. “Estamos vendo um crescimento expressivo da chamada tríplice hélice: governo, academia e setor produtivo atuando juntos”, apontou.

Pansera também anunciou uma chamada pública de R$ 500 milhões em subvenção à empresa para atrair de volta pesquisadores brasileiros que atuam no exterior. “A fuga de cérebros acontece por falta de oportunidades. Estamos mudando essa lógica”, declarou. Segundo ele, só nos projetos diretos da FINEP entre 2023 e 2024 foram gerados quase 3 mil empregos para mestres e doutores.

A conclusão de Pansera foi enfática: “Estamos construindo uma política ativa de financiamento à indústria, algo que o Brasil nunca teve. Isso vai transformar a nossa manufatura, gerar mais e melhores empregos e impulsionar nossa economia”. Assista: