UE reage à ameaça de tarifas de Trump e promete retaliação contra os EUA
Bloco europeu estuda medidas de resposta caso tarifas de 25% sobre aço e alumínio sejam impostas pelo republicano
247 - A União Europeia sinalizou que não ficará de braços cruzados caso os Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, de fato imponham tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (10), a Comissão Europeia afirmou que o bloco responderá às medidas tarifárias e protegerá os interesses de suas empresas e trabalhadores, relata o Metrópoles. A declaração vem um dia após Trump anunciar a intenção de retomar a política protecionista adotada durante seu primeiro mandato.
Embora a UE ainda aguarde um posicionamento oficial de Washington com detalhes da medida, a mensagem de Bruxelas é clara: haverá retaliação. “A UE não vê motivos para a imposição de tarifas sobre suas exportações. Protegeremos os interesses das empresas, funcionários e consumidores europeus contra medidas injustificadas”, diz a nota oficial da Comissão.
O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, reforçou o tom de alerta ao declarar que a União Europeia não hesitará em reagir. “Quando se trata de defender nossos interesses, não hesitamos”, afirmou Barrot em entrevista à emissora TF1. O diplomata evitou detalhar quais ações retaliatórias estão sendo estudadas, mas garantiu que o bloco acionará os mecanismos disponíveis “o mais rápido possível”.
O presidente francês, Emmanuel Macron, também se manifestou sobre a ameaça tarifária e pediu que os países europeus se mantenham firmes. Em entrevista à CNN, gravada na quinta-feira (6) e exibida no domingo, Macron afirmou que a União Europeia precisa “estar pronta para reagir”.
“Acho que temos que estar prontos para reagir. Mas, mais do que isso, a UE deve estar pronta para defender o que quer e precisa”, disse o líder francês. Macron também aproveitou para questionar as prioridades comerciais dos EUA, sugerindo que o verdadeiro foco de Trump deveria ser a China.
“Observando a situação, minha primeira pergunta para os Estados Unidos é: qual é o seu primeiro problema? É a UE? Não acho que seja. Seu primeiro problema é a China”, afirmou Macron, destacando que os países europeus são aliados históricos dos americanos.
Ainda segundo o presidente francês, uma política agressiva contra o bloco europeu pode se voltar contra a própria economia dos Estados Unidos. “Se você impor tarifas a vários setores, isso levará a um aumento dos preços e criará inflação nos Estados Unidos”, alertou Macron.
Histórico de confrontos comerciais - A retórica protecionista de Donald Trump não é novidade para os europeus. Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, o republicano já havia implementado tarifas semelhantes sobre aço e alumínio, o que gerou uma onda de represálias comerciais. Na época, Washington acabou cedendo e concedendo isenções a alguns parceiros estratégicos, como Canadá, México e Brasil.
Além da disputa pelo aço, Trump critica há anos a política tarifária da União Europeia sobre veículos importados dos EUA. Enquanto os europeus cobram 10% de imposto sobre carros americanos, os EUA impõem uma tarifa de apenas 2,5% sobre automóveis vindos da UE. Essa discrepância tem sido um ponto de atrito entre Washington e Bruxelas.
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