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      Ucrânia vê "ato hostil" de Lula em visita à Rússia e ameaça rebaixar relações com Brasil

      Presidente brasileiro estará em Moscou para participar das cerimônias em homenagem à vitória soviética sobre o nazismo

      Lula e Zelensky (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Rússia reacendeu tensões diplomáticas com a Ucrânia. Conforme relata o Metrópoles, autoridades ucranianas consideram “hostil” a viagem de Lula, onde ele participará das celebrações do Dia da Vitória, em Moscou. Fontes diplomáticas de Kiev ouvidas pela reportagem avaliam rebaixar formalmente as relações com o Brasil, gesto que evidenciaria o crescente mal-estar entre os dois países.

      “Quando Lula vai à Moscou, ele não tem mandato algum para falar sobre a paz na Ucrânia. Ele tem ignorado o convite para visitar Kiev. Portanto, essa viagem apenas a Moscou, no meio de uma guerra russa agressiva que está matando civis, será considerada pela Ucrânia como um ato hostil, com todas as consequências negativas para a cooperação bilateral”, disse um diplomata ucraniano. Segundo ele, “Kiev está considerando rebaixar as relações diplomáticas”.

      Críticas ucranianas contrastam com agenda do Brasil em defesa da multipolaridade - Apesar das reações negativas por parte da Ucrânia, a viagem de Lula à Rússia tem sido interpretada por analistas como uma das mais expressivas sinalizações políticas de seu terceiro mandato. Ao comparecer às cerimônias em homenagem à vitória soviética sobre o nazismo, no dia 9 de maio, o presidente brasileiro reforça sua defesa de um mundo multipolar, do respeito à soberania dos Estados e da construção de uma ordem internacional menos subordinada aos interesses das potências ocidentais.

      A simbologia do ato é potente: a Rússia, herdeira da União Soviética, foi a nação que mais sacrificou vidas na derrota de Adolf Hitler. A memória desse feito histórico — frequentemente apagado pelas narrativas eurocêntricas — será reverenciada por Lula ao lado de outros líderes do Sul Global, como o presidente chinês, Xi Jinping. A participação nesses eventos também reforça a disposição do Brasil em atuar como agente autônomo e propositivo, inclusive diante das pressões de países da OTAN e da atual gestão dos Estados Unidos, sob o comando de Donald Trump.

      Representação diplomática ucraniana em Brasília sem embaixador - O clima de insatisfação em Kiev é agravado pela ausência de um novo nome para a embaixada ucraniana em Brasília. Com a saída de Andrii Melnyk, que assumirá posto na ONU, a sede diplomática funcionará, por ora, sem embaixador — gesto que no meio diplomático costuma indicar desaprovação.

      Melnyk havia sugerido publicamente que Lula aproveitasse a visita à Rússia para também comparecer a Kiev. Segundo o governo ucraniano, convites oficiais foram enviados ao presidente brasileiro “há 1 ano e 8 meses”, mas jamais houve resposta concreta. A explicação do Itamaraty, de que o Brasil aguarda um “convite formal”, foi mal recebida em Kiev.

      Itamaraty nega crise e aposta no diálogo direto entre líderes - Diplomatas brasileiros, no entanto, negam qualquer crise com a Ucrânia. A missão brasileira busca recuperar a “diplomacia presidencial”, uma vez que as relações ministeriais seguem funcionais. O Itamaraty também rechaça qualquer intenção de atrasar a nomeação de um novo embaixador e alega que o processo a por análises “normalmente lentas”.

      Internamente, a decisão de Lula de participar do desfile em Moscou também se insere em uma estratégia diplomática mais ampla, que inclui ainda sua presença na cúpula China-Celac, em Pequim, no dia 13 de maio, e na cúpula dos BRICS, marcada para julho no Rio de Janeiro. Trata-se de uma guinada clara na política externa brasileira, voltada para o fortalecimento de alianças no Sul Global, em contraponto à lógica unipolar.

      A posição de Lula, embora sujeita a críticas da imprensa tradicional e de setores alinhados ao velho eixo atlântico, é coerente com sua trajetória histórica. Para seus apoiadores, a presença em Moscou não representa apoio a agressões militares, mas uma reafirmação da soberania brasileira, da diplomacia como caminho preferencial para a paz e da luta por uma nova governança mundial mais democrática e plural.

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