Trump elimina 1.600 empregos na USAID e enfraquece ferramenta de 'soft power' dos EUA
Decisão drástica da istração Trump coloca em risco a capacidade de resposta a crises globais e afeta milhares de trabalhadores
WASHINGTON, 23 de fevereiro (Reuters) - O governo de Donald Trump anunciou neste domingo (23) que está colocando todos os funcionários da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), com exceção de líderes e pessoal essencial, em licença istrativa remunerada, além de eliminar 1.600 postos de trabalho dentro do país.
O movimento faz parte de um amplo esforço liderado pelo bilionário Elon Musk, à frente do Departamento de Eficiência Governamental, para reduzir a USAID, uma das principais ferramentas da diplomacia americana por meio da chamada "soft power", voltada à influência internacional dos Estados Unidos.
"Lamento informá-lo que você está sendo afetado por uma ação de Redução de Força", dizia um dos e-mails enviados aos trabalhadores demitidos, revisado pela Reuters. Os servidores afetados serão desligados do serviço público federal a partir de 24 de abril.
Em comunicado publicado no site da USAID, a agência informou que, pouco antes da meia-noite de domingo (horário de Washington), todos os contratados diretos, exceto os trabalhadores essenciais, seriam afastados, e os cortes atingiriam 1.600 trabalhadores apenas nos Estados Unidos. Uma notificação anterior revisada pela Reuters indicava que cerca de 2.000 postos de trabalho no país seriam eliminados.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a pedidos de comentário sobre a decisão.
Na sexta-feira (21), um juiz federal autorizou o governo Trump a colocar milhares de trabalhadores da USAID em licença istrativa, representando uma derrota para sindicatos de funcionários públicos que tentavam barrar o que classificam como um desmonte da agência.
Dois ex-altos funcionários da USAID estimaram que a maioria dos cerca de 4.600 servidores da agência, tanto do Serviço Civil quanto do Serviço Estrangeiro dos EUA, seriam impactados.
"Esta istração e o Secretário de Estado Marco Rubio são extremamente miopes ao cortarem a expertise e a capacidade de resposta a crises únicas dos EUA", afirmou Marcia Wong, ex-funcionária de alto escalão da agência. "Quando ocorrem surtos de doenças ou deslocamentos em massa de populações, são esses especialistas da USAID que estão na linha de frente para estabilizar e fornecer ajuda."
Pouco após assumir o cargo em 20 de janeiro, Trump ordenou uma pausa de 90 dias nos financiamentos de assistência externa, congelando recursos destinados ao combate à fome, doenças mortais e abrigo para milhões de deslocados em todo o mundo.
O governo autorizou exceções ao bloqueio, somando US$ 5,3 bilhões, majoritariamente para programas de segurança e combate ao narcotráfico, de acordo com documentos revisados pela Reuters. Entretanto, programas humanitários da USAID receberam menos de US$ 100 milhões em exceções, em comparação aos aproximadamente US$ 40 bilhões istrados anualmente antes do congelamento.
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