Trump e Zelensky tiveram encontro breve e "muito produtivo" antes do funeral do Papa Francisco, diz Casa Branca

247 - A Casa Branca anunciou neste sábado (26) que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mantiveram uma reunião considerada "muito produtiva" antes do funeral do Papa Francisco, ocorrido em Roma, destaca a AFP. 

Este foi o primeiro encontro entre os dois líderes desde o desentendimento em fevereiro, que resultou em uma significativa ruptura diplomática entre os dois países. A reunião foi breve e reservada, segundo o The New York Times.

Trump, que se encontrava entre outros líderes mundiais na despedida do Papa Francisco, na Itália e no Vaticano, estava ansioso para conversar com Zelensky. 

O encontro com o líder ucraniano foi o mais aguardado, especialmente porque Trump tem pressionado Zelensky a buscar um acordo de paz com a Rússia. 

Segundo um porta-voz da presidência ucraniana, Sergiy Nykyforov, o encontro foi breve e aconteceu antes do início da cerimônia, mas nenhum outro detalhe foi compartilhado. 

O porta-voz da Casa Branca, Stephen Cheung, também classificou o encontro como "uma discussão muito produtiva", mas evitou entrar em mais especificações.

Ambos os presidentes, acompanhados de suas esposas, estiveram presentes na primeira fila do funeral, na Praça de São Pedro, no Vaticano, mas foram separados por diversos outros líderes. 

Embora Zelensky tenha lançado um olhar na direção de Trump durante a cerimônia, não houve encontro público entre os dois. 

Antes do evento, ambos os lados haviam mantido um tom vago sobre a possibilidade de um encontro, com Trump afirmando que seria "possível".

As tensões entre os dois países aumentaram após um confronto no Salão Oval, em 28 de fevereiro, quando Trump e o vice-presidente JD Vance repreenderam Zelensky, acusando-o de ingratidão pelos bilhões de dólares em assistência militar fornecidos pelos EUA desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 2022. 

Trump, apesar de pedir ao presidente russo, Vladimir Putin, que parasse os ataques à Ucrânia, recentemente voltou a culpar Zelensky pela guerra, além de pressioná-lo a aceitar concessões antes vistas como inaceitáveis por Washington, como a permanência da Crimeia sob controle russo em qualquer possível acordo de paz.

As reportagens também destacam que, na véspera do funeral, Trump chegou a Roma e, em sua plataforma Truth Social, reiterou sua posição de que os líderes da Rússia e da Ucrânia deveriam se encontrar para "finalizar tudo", afirmando que as negociações estavam muito próximas de um acordo. 

"A maioria dos pontos principais já foi acordada", escreveu ele. Por outro lado, o presidente russo, Putin, discutiu na sexta-feira a "possibilidade" de negociações diretas com a Ucrânia durante um encontro com o enviado dos EUA, Steve Witkoff. 

Porém, Zelensky manteve sua postura intransigente, recusando a sugestão de abrir mão da Crimeia, território que Moscou tomou da Ucrânia em 2014 após um referendo esmagador. 

Em meio a essas movimentações diplomáticas, Trump expressou crescente frustração com a falta de progresso nas negociações, chegando a ameaçar abandonar os esforços de paz se não houvesse avanços em direção a um cessar-fogo. 

No ano ado, Trump havia prometido encerrar o conflito na Ucrânia em 24 horas, caso fosse reeleito presidente, mas em entrevista recente à revista Time, ele comentou que fazia essa afirmação "em tom de brincadeira".