Trump deve substituir Mike Waltz após escândalo com aplicativo de mensagens

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prepara uma troca estratégica no alto escalão da segurança nacional. O atual conselheiro de segurança nacional, Mike Waltz, e seu vice, Alex Wong, deixarão seus cargos ainda nesta quinta-feira (1º), após um escândalo envolvendo o vazamento de informações confidenciais em um grupo de mensagens no aplicativo Signal.

A provável saída de Waltz abriu caminho para que Steven Witkoff, atual enviado especial, seja nomeado como novo conselheiro de segurança nacional, afirmam fontes próximas ao governo. A mudança ainda não foi oficialmente confirmada pela Casa Branca, que não respondeu aos pedidos de comentário até o momento da publicação. A jornalista Jennifer Jacobs, da CBS News, informou que a chefe de gabinete de Trump, Susie Wiles, já iniciou conversas com integrantes do Conselho de Segurança Nacional sobre a transição.

O desgaste de Waltz começou em março, quando ele criou um grupo no Signal para discutir estratégias militares e acidentalmente adicionou Jeffrey Goldberg, editor da revista The Atlantic. No grupo, foram compartilhadas informações sobre possíveis ataques dos EUA a alvos Houthi no Iêmen. Goldberg publicou os detalhes das discussões em uma reportagem que, inicialmente, omitiu dados sensíveis. Após autoridades de alto escalão, como o secretário de Defesa Pete Hegseth e a diretora de Inteligência Nacional Tulsi Gabbard, negarem o compartilhamento de dados confidenciais, o jornalista divulgou também os horários planejados para os ataques e os tipos de armamentos que seriam usados.

Embora Waltz tenha reconhecido a veracidade da reportagem em reuniões internas, ele resistiu aos apelos para renunciar, e Trump optou por mantê-lo no cargo. Na ocasião, o presidente declarou publicamente que Waltz era “um bom homem” que havia “aprendido a lição”. Segundo uma fonte da Casa Branca ouvida pela CBS, o presidente acredita que o tempo decorrido desde o incidente permite que a saída de Waltz seja vista agora como parte de uma reorganização interna, e não como uma capitulação à pressão externa.

Alex Wong, que também está de saída, atuou no primeiro mandato de Trump como vice-representante especial para a Coreia do Norte e teve papel relevante na negociação da histórica cúpula entre Trump e Kim Jong Un. No Departamento de Estado, serviu ainda como vice-secretário assistente para Assuntos do Leste Asiático e do Pacífico.