Trump avalia dissolver comissão reguladora e pode avançar com privatização dos correios nos EUA

247 - A istração de Donald Trump está planejando demitir membros da comissão independente que supervisiona o Serviço Postal dos Estados Unidos (USPS), um movimento que pode ser visto como um o rumo à privatização do serviço, conforme relatado por diversos veículos de comunicação. Segundo o Washington Post, o presidente dos EUA pretende acabar com a Comissão Reguladora dos Correios (Postal Regulatory Commission) e colocar a agência sob controle direto do Departamento de Comércio e do Secretário Howard Lutnick. As informações são da CNN.

Embora a Casa Branca e o Serviço Postal dos EUA não tenham respondido aos pedidos de comentário, um funcionário da Casa Branca negou que Trump tenha a intenção de tal ordem executiva. O plano de privatização do USPS, uma instituição que existe há mais de 250 anos, antecedendo a formação dos Estados Unidos, pode alterar drasticamente a forma como os americanos recebem uma variedade de entregas essenciais, como compras online, medicamentos, cheques e até votos por correio.

"É uma ideia que muitas pessoas têm gostado por muito tempo", disse Trump em dezembro, ao comentar sobre a possibilidade de privatizar o serviço durante uma coletiva de imprensa em sua propriedade de Mar-a-Lago, na Flórida. “Nós estamos avaliando isso”. Em 2018, durante seu primeiro mandato, Trump abandonou planos anteriores de tentar privatizar os Correios.

Se concretizada, a privatização poderia significar o fim da exigência de entrega universal, que garante que todos os lares e empresas recebam serviços postais, e não apenas aqueles que são financeiramente viáveis de atender. Esse modelo de privatização afetaria até mesmo empresas privadas como a United Parcel Service (UPS), que depende dos Correios para a entrega da última etapa ("last mile") de pacotes em muitos casos.

O USPS, que emprega cerca de 600 mil pessoas em um ambiente fortemente sindicalizado, enfrenta dificuldades financeiras há anos, mas recentemente registrou um lucro líquido de 144 milhões de dólares nos últimos três meses de 2024. A privatização do serviço, no entanto, exigiria a aprovação do Congresso, dado o vasto conjunto de leis federais que controlam o serviço, incluindo aquelas que garantem a entrega universal e proíbem a greve dos funcionários dos Correios.