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      Tarifas de Trump contra o Brasil começam a vigorar

      Governo Trump impõe tarifas de impacto contra o Brasil e Canadá

      Lula e Donald Trump (Foto: Ricardo Stuckert/PR | REUTERS/Brendan McDermid)
      José Reinaldo avatar
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      247 - As tarifas de 25% sobre aço e alumínio anunciadas pelo presidente Donald Trump no mês ado estão em vigor desde as 0h00 desta quarta-feira (12). A medida atingirá diretamente países como Canadá e Brasil, dois dos maiores fornecedores de aço para o mercado norte-americano. A informação foi divulgada pela agência Bloomberg.

      A decisão de Trump marca o fim do entendimento firmado em 2018, durante o primeiro mandato do republicano, que estabelecia cotas para a exportação de aço brasileiro sem tarifas adicionais. Agora, todos os produtos de aço e alumínio importados pelos Estados Unidos estarão sujeitos à nova taxação, sem exceções.

      Impacto para o Brasil

      O Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço para os Estados Unidos, tentou evitar a aplicação das novas tarifas. Na semana ada, o vice-presidente Geraldo Alckmin se reuniu com representantes do Departamento de Comércio de Trump para pedir o adiamento da medida, sem sucesso.

      De acordo com o Instituto Aço Brasil, o país exportou em 2024 cerca de 5,6 milhões de toneladas de aço para os EUA, sendo 3,4 milhões de toneladas de placas e semiacabados — o equivalente a US$ 5,7 bilhões em divisas. O acordo de 2018 permitia ao Brasil exportar até 3,5 milhões de toneladas de placas e semiacabados e 687 mil toneladas de laminados sem a tarifa extra. A nova decisão do governo Trump anula esse regime preferencial, impondo a tarifa de 25% sobre toda a exportação brasileira de aço.

      O setor de alumínio também será afetado, embora em menor escala. Em 2024, o Brasil exportou US$ 267 milhões em alumínio para os EUA, representando cerca de 17% da produção enviada para o exterior.

      Reação do governo brasileiro

      O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou publicamente a decisão de Trump, defendendo que o Brasil deve ser tratado com respeito nas negociações comerciais. "Fale manso comigo, não adianta ficar gritando", declarou Lula, sinalizando que o governo buscará uma saída diplomática para reverter ou mitigar os efeitos da medida.

      Alckmin, que liderou as tratativas com o governo norte-americano, reforçou a preocupação com o impacto nas siderúrgicas brasileiras. "É uma decisão que afeta diretamente a competitividade da nossa indústria. Vamos buscar um caminho de diálogo para proteger os interesses brasileiros", afirmou o vice-presidente.

      Posicionamento da Casa Branca

      O governo Trump manteve uma posição inflexível em relação à aplicação das tarifas. Kush Desai, porta-voz da Casa Branca, confirmou que a decisão será implementada sem exceções:

      "De acordo com suas ordens executivas anteriores, uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio, sem exceções ou isenções, entrará em vigor para o Canadá e todos os nossos outros parceiros comerciais à meia-noite de 12 de março."

      A decisão de Trump é vista como uma tentativa de fortalecer a indústria siderúrgica dos EUA, que não consegue atender à demanda interna. No entanto, especialistas alertam que o aumento das tarifas pode levar à escalada de tensões comerciais e a retaliações por parte dos países afetados, como o Brasil e o Canadá.

      Tensão com o Canadá

      A situação com o Canadá gerou ainda mais instabilidade nos mercados. Na terça-feira, Trump ameaçou dobrar as tarifas sobre os metais canadenses em resposta à decisão da província de Ontário de impor uma sobretaxa de 25% sobre a eletricidade enviada aos Estados americanos.

      Doug Ford, primeiro-ministro de Ontário, anunciou que a província suspenderá temporariamente os planos de sobretaxa para evitar um agravamento da crise comercial. "Com qualquer negociação, há um ponto em que ambas as partes estão aquecidas e a temperatura precisa baixar. E eu pensei que essa era a decisão certa", declarou Ford a repórteres.

      A decisão de Ontário pareceu amenizar o cenário, com Trump indicando que poderia reconsiderar as tarifas mais altas sobre o Canadá. "Vamos analisar isso. Eles estão mostrando boa vontade", disse o presidente norte-americano.

      Perspectivas e consequências

      Analistas avaliam que a imposição das tarifas sobre o aço e o alumínio pode ter um efeito cascata na cadeia produtiva dos EUA, elevando os custos para setores como o automotivo, construção civil e embalagens. A medida também deve acirrar as tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus principais parceiros comerciais.

      No Brasil, a indústria siderúrgica já sinaliza preocupação com a queda na competitividade e o risco de perda de mercado nos EUA. O governo brasileiro deve buscar uma solução diplomática para tentar reverter ou atenuar os efeitos da medida, mas a postura protecionista de Trump sugere um cenário de difícil negociação nos próximos meses.

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