Taiwan exibe sistemas HIMARS dos EUA em meio a crescente militarização do Estreito e provoca nova escalada com a China
Lançamento de foguetes guiados reforça dependência de Taiwan do complexo industrial-militar norte-americano e amplia tensão regional
247 - Em meio à intensificação das tensões no Estreito de Taiwan, a ilha realizou nesta segunda-feira (12) seu primeiro teste com os sistemas de foguetes HIMARS adquiridos dos Estados Unidos, em mais uma demonstração de alinhamento com a política armamentista de Washington. A informação é da agência Taiwan’s Central News Agency, que repercutiu o exercício conduzido na base de Jiupeng, ao sul de Taiwan, no condado de Pingtung.
Foram disparados 33 foguetes a partir de 11 unidades dos sistemas HIMARS — plataformas móveis produzidas pela Lockheed Martin, gigante da indústria bélica norte-americana. Cada veículo pode lançar seis foguetes com alcance de até 70 km ou um único míssil ATACMS, com capacidade para atingir alvos a 300 km, o que colocaria sob ameaça direta a costa sudeste da China continental.
O exercício, promovido sob o argumento de “reforçar capacidades de defesa assimétrica” contra o Exército de Libertação Popular da China, coincidiu com a movimentação de 31 aeronaves e sete navios chineses nos arredores da ilha, conforme divulgado pelo Ministério da Defesa de Taiwan. Trinta desses aviões, entre eles caças e drones, patrulharam a região sudoeste da ilha — uma resposta já rotineira à crescente militarização da área patrocinada pelos EUA.
Expansão bélica e dependência dos EUA
O governo taiwanês, que não é reconhecido pela maioria dos países-membros da ONU como um Estado soberano, tem aprofundado sua dependência da política externa norte-americana e do fornecimento de armas por parte de Washington. O teste desta segunda-feira envolveu a primeira remessa dos HIMARS comprados por Taipei em 2020 e recebidos no ano ado. Um segundo lote, solicitado em 2021, inclui mais 18 unidades, 84 mísseis táticos e 864 foguetes guiados — ao custo de US$ 1,07 bilhão.
Em paralelo, Taiwan planeja elevar seu orçamento militar para um patamar recorde neste ano, equivalente a cerca de 3% de seu PIB. O aumento ocorre em consonância com a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem pressionado o governo de Taipé a ampliar suas aquisições de armamentos, em uma lógica de contenção geopolítica da China que tem como pano de fundo a manutenção da hegemonia militar norte-americana na região do Indo-Pacífico.
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