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      Sob Trump, deportações alimentam indústria bilionária e ampliam lucros de empresas privadas

      Com gastos 50% maiores em 2025, governo Trump intensifica expulsões e transforma imigração em fonte de lucro para corporações contratadas

      Guardas prisionais salvadorenhos e detentos (Foto: Presidência de El Salvador)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - A campanha de deportações em massa promovida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem alimentado uma cadeia bilionária de lucros para empresas privadas contratadas pelo governo. De acordo com reportagem publicada pelo Wall Street Journal, repercutida pelo jornal O Globo, os gastos da Casa Branca com essas empresas cresceram 50% entre janeiro e maio de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. Na última década, os contratos federais com esse setor já ultraaram a marca de US$ 13 bilhões — o equivalente a R$ 73,4 bilhões.

      As cifras bilionárias envolvem desde os centros de detenção até os serviços de alimentação e atendimento médico prestados aos imigrantes detidos. A expectativa, segundo o jornal, é de que esses contratos aumentem ainda mais à medida que o governo republicano avança em sua cruzada contra a imigração. Um caso emblemático é o do venezuelano Andry Blanco Bonilla, de 40 anos, cuja trajetória ilustra como o sistema se tornou um negócio altamente lucrativo.

      Detido por suspeita baseada em tatuagens - A saga de Blanco começou em fevereiro de 2024, quando um agente do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) desconfiou de suas tatuagens durante uma abordagem em Dallas, Texas, e o acusou de envolvimento com gangues. Apesar de não possuir antecedentes criminais, ele foi encaminhado para o centro de detenção Prairieland, istrado pela empresa LaSalle Corrections. Apenas para manter essa unidade, o governo americano desembolsa cerca de US$ 17 milhões anuais (R$ 96 milhões).

      Pouco tempo depois, Blanco foi transferido para o centro Bluebonnet, também no Texas, operado pela Management and Training Corp., que desde 2014 já arrecadou mais de US$ 240 milhões (R$ 1,3 bilhão) em contratos com o governo. O custo diário por detento varia de US$ 48 (R$ 271) a US$ 106 (R$ 598), e a unidade tem capacidade para 1.062 pessoas.

      Durante a permanência nesses centros, os imigrantes recebem refeições de empresas como B&H International e My Own Meals, com contratos que, só em alimentação, já custaram mais de US$ 4 milhões (R$ 22 milhões) aos cofres públicos. Outros serviços, como higiene e atendimento médico, também são fornecidos por corporações privadas — entre elas, Arora Group e Amergis Healthcare Staffing, que desde janeiro receberam mais de US$ 24 milhões (R$ 135 milhões).

      Transferências constantes e dificuldades de rastreamento - Em julho de 2024, Blanco foi libertado após uma audiência remota com um juiz de El Paso, que determinou sua deportação. No entanto, como a Venezuela não aceitava repatriações na época, e a legislação americana impõe limites de tempo para detenções, ele pôde retornar à sua vida em Dallas. Isso durou até fevereiro de 2025, quando foi novamente chamado ao ICE e detido.

      Desde então, sua localização tornou-se incerta. Informou à mãe que havia sido transferido para Oklahoma, mas o principal centro do estado não possuía registros dele. Com cerca de 100 centros de detenção espalhados pelo país, operados por sete grandes empresas ou istrações locais, o rastreamento de detentos se tornou um desafio até mesmo para advogados e familiares.

      Posteriormente, Blanco foi localizado no centro de detenção El Valle, no Texas. Segundo especialistas ouvidos pelo Wall Street Journal, o número de transferências entre unidades aumentou consideravelmente durante o atual governo, dificultando ainda mais o o à defesa e à comunicação com as famílias.

      Prisão em massa sob lei de 1798 - No dia 15 de março, ele e outros 260 imigrantes foram deportados para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), em El Salvador. Acusados de envolvimento com a gangue venezuelana Tren de Aragua — classificada como organização terrorista pelo governo dos EUA —, todos foram presos sem julgamento, durante o curto período em que esteve vigente a Lei do Inimigo Estrangeiro de 1798. Historicamente acionada apenas em tempos de guerra, essa legislação foi suspensa poucas horas depois por decisão de um juiz federal.

      Segundo o Wall Street Journal, o governo dos EUA paga anualmente US$ 6 milhões (R$ 33 milhões) ao governo salvadorenho pela detenção desses estrangeiros no Cecot, uma prisão de segurança máxima conhecida por seus métodos rigorosos.

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