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      Rússia critica convite de Zelensky a líderes da União Europeia para irem à Ucrânia no Dia da Vitória soviética sobre o nazismo

      Convite a líderes da União Europeia é “teatro do absurdo”, diz porta-voz da chancelaria russa

      Parada militar na Praça Vermelha, em Mosocu, comemora Dia da Vitória (Foto: Ramil Sitdikov/Reuters)
      José Reinaldo avatar
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      247 - A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, classificou como um “teatro do absurdo” a notícia de que a Ucrânia pretende receber líderes da União Europeia em Kiev no dia 9 de maio. A declaração foi dada em entrevista à rádio Sputnik e repercutida pela agência estatal russa TASS, nesta quarta-feira (16).

      “Há mais de uma década, essas duas palavras caracterizam a maioria dos eventos, os e declarações que ouvimos e vemos do chamado Ocidente coletivo e de todos aqueles que juram lealdade a ele”, afirmou Zakharova, em dura crítica à postura da Ucrânia e de seus aliados europeus.

      A resposta foi provocada por informações divulgadas na imprensa de que Kiev convidaria chefes de Estado e autoridades da União Europeia para visitar a capital ucraniana em 9 de maio — mesma data em que a Rússia celebra, anualmente, o Dia da Vitória sobre o nazismo, com um tradicional desfile militar na Praça Vermelha, em Moscou. Segundo a imprensa, a intenção do governo ucraniano seria justamente desviar a atenção internacional da cerimônia russa.

      Zakharova ironizou a tentativa da Ucrânia de se dissociar das tradições soviéticas e adotar as datas celebradas no bloco europeu. “Afinal, esse mesmo regime, esse mesmo Zelensky, estava navegando a todo vapor para longe do 9 de maio, rejeitando-o, marginalizando essa data sagrada, inventando narrativas associadas a como ele deveria ser celebrado na Europa — o que chamam de Europa Ocidental. E ele estava navegando com todas as velas voltadas para o 8 de maio”, afirmou a diplomata.

      Na Europa Ocidental, o Dia da Vitória é celebrado em 8 de maio. Já na Rússia e em vários países do espaço pós-soviético, a data é tradicionalmente comemorada no dia 9, com forte carga simbólica e patriótica herdada da vitória na chamada Grande Guerra Patriótica.

      Zakharova também fez referência às declarações da chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, que sugeriu que líderes europeus enfrentariam consequências caso particiem do desfile do Dia da Vitória em Moscou. Embora não tenha comentado diretamente a fala da estoniana, a porta-voz russa deixou claro que vê um alinhamento entre as pressões ocidentais e a tentativa ucraniana de ressignificar a data.

      As falas de Zakharova reforçam a crescente tensão simbólica e política entre Moscou e Kiev, especialmente no que diz respeito à memória histórica da Segunda Guerra Mundial — um campo cada vez mais disputado na arena geopolítica. Para o governo russo, a tentativa de Kiev de se afastar da herança comum soviética e se integrar ao modelo europeu representa não apenas uma guinada política, mas também um gesto de negação da história compartilhada entre os povos.

      A proposta ucraniana, segundo noticiado, também teria o objetivo de afirmar sua posição como parte integrante do espaço político europeu, promovendo um ato simbólico de união e resistência em meio à guerra contra a Rússia, que se aproxima do terceiro ano. Contudo, a movimentação é vista por Moscou como provocação direta ao significado histórico do 9 de maio para o povo russo.

      Enquanto a Rússia se prepara para mais uma edição de seu desfile militar, que tradicionalmente celebra a derrota do nazismo e homenageia os veteranos de guerra, a disputa narrativa entre as duas nações ganha contornos cada vez mais dramáticos — num cenário em que símbolos, datas e rituais tornam-se também campos de batalha.

      A crítica de Maria Zakharova reforça a visão do Kremlin de que a Ucrânia, ao buscar respaldo junto à União Europeia e aos Estados Unidos, estaria abandonando suas raízes históricas em troca de um alinhamento com o “Ocidente coletivo”, expressão frequentemente usada pela diplomacia russa para designar os países da OTAN e seus aliados.

      A data de 9 de maio, que já era motivo de tensão entre os dois países desde os anos anteriores à guerra, adquire agora novos significados. Mais do que um evento comemorativo, ela se torna palco de uma disputa pelo controle da memória e do legado da Segunda Guerra Mundial, em meio ao conflito em curso.

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