Reino Unido: críticas internas abalam governo Starmer após endurecimento das políticas migratórias

247 - O primeiro-ministro britânico, Sir Keir Starmer, enfrenta uma onda de críticas dentro de seu próprio partido após anunciar uma série de medidas para restringir a imigração no Reino Unido. 

Em discurso proferido nesta segunda-feira (12), Starmer alertou que o país corre o risco de se tornar uma "ilha de estranhos" caso não haja maior controle sobre as fronteiras. As informações são do jornal The Guardian.

As medidas propostas incluem o aumento do tempo necessário para que imigrantes possam solicitar residência permanente, ando de cinco para dez anos, além de endurecer os requisitos de proficiência em inglês e limitar a entrada de trabalhadores estrangeiros em setores como o de cuidados domiciliares. O governo estima que essas mudanças possam reduzir a imigração líquida em até 100 mil pessoas por ano. 

Parlamentares do Partido Trabalhista manifestaram preocupação com a direção das políticas migratórias. Sarah Owen, deputada por Luton North, afirmou: "Já disse antes e direi novamente: perseguir a cauda da direita corre o risco de levar nosso país por um caminho muito sombrio." 

Nadia Whittome, deputada por Nottingham East, criticou o aumento da retórica anti-imigrante, classificando-a como "vergonhosa e perigosa". Ela acrescentou: "Migrantes são nossos vizinhos, amigos e familiares. Sugerir que a Grã-Bretanha corre o risco de se tornar 'uma ilha de estranhos' por causa da imigração imita o alarmismo da extrema-direita."

Zarah Sultana, deputada independente por Coventry East, acusou Starmer de ecoar o discurso de Enoch Powell, afirmando: "Esse discurso alimentou décadas de racismo e divisão. Ecoá-lo hoje é uma desgraça." 

O governo defende que as medidas visam restaurar a confiança pública no sistema migratório e garantir que a imigração seja controlada e justa. No entanto, críticos argumentam que as mudanças podem prejudicar setores essenciais da economia e comprometer a integração de comunidades migrantes.

Enquanto isso, líderes regionais, como o prefeito de Londres, Sadiq Khan, distanciaram-se das declarações de Starmer, indicando que não usariam as mesmas palavras para descrever a situação migratória.