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      Putin e enviado de Trump discutem paz na Ucrânia

      Rússia confirma que encontro entre Putin e Steve Witkoff, emissário de Trump, abordou solução para a guerra na Ucrânia

      Steve Witkoff, enviado especial de Trump, e Putin, presidente russo (Foto: Gavril Grigorov/Reuters)
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      247 - Em uma movimentação diplomática de alto nível, o presidente russo Vladimir Putin recebeu na sexta-feira (11) o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, em São Petersburgo, para uma reunião que se estendeu por mais de quatro horas. Segundo informações divulgadas pelo Kremlin e repercutidas pela Reuters, o encontro tratou de “aspectos da solução do conflito na Ucrânia”, embora poucos detalhes tenham sido oficialmente revelados pelas autoridades de Moscou e Washington.

      A reportagem da Reuters indicou que a missão de Witkoff à Rússia foi precedida por debates acalorados no entorno do presidente dos EUA, Donald Trump, com divergências sobre o rumo das negociações com Moscou. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou em coletiva que a viagem do emissário buscava estabelecer uma linha direta de comunicação com o Kremlin, com vistas à construção de um cessar-fogo e, eventualmente, de um acordo de paz duradouro.

      “É parte de um esforço diplomático para desescalar o conflito e buscar um entendimento direto com o presidente Putin”, disse Leavitt.

      Segundo a agência, Witkoff teria apresentado, em reunião anterior com Trump, uma proposta de cessar-fogo baseada no reconhecimento do controle russo sobre quatro regiões atualmente disputadas: Lugansk, Donetsk, Zaporozhye e Kherson. Ainda segundo a Reuters, o general Keith Kellogg, também enviado de Trump para a Ucrânia, teria expressado forte oposição ao plano, alertando que Kiev não aceitaria concessões territoriais dessa magnitude.

      O ime refletiu-se na indecisão de Trump, que, segundo fontes próximas à Casa Branca, não tomou uma posição definitiva durante a reunião. No entanto, ele reiterou seu objetivo de intermediar um cessar-fogo até maio, sugerindo que as negociações seguirão nas próximas semanas.

      A proposta de Witkoff, revelada em parte durante uma entrevista ao jornalista Tucker Carlson em março, causou mal-estar entre líderes republicanos e aliados internacionais dos EUA. “Eles falam russo”, afirmou Witkoff sobre a população das regiões leste da Ucrânia. “Houve referendos em que a esmagadora maioria da população indicou que quer ficar sob domínio russo”, declarou o enviado, referindo-se aos plebiscitos organizados por Moscou em áreas ocupadas — considerados ilegítimos pela comunidade internacional.

      A declaração reforçou as críticas de parlamentares republicanos, que, segundo a Reuters, acionaram o Conselheiro de Segurança Nacional Mike Waltz e o Secretário de Estado Marco Rubio para manifestar preocupações com a postura de Witkoff, vista como demasiado alinhada ao discurso do Kremlin.

      A polêmica aumentou após a divulgação de um jantar entre Witkoff e o enviado econômico de Putin, Kirill Dmitriev — figura que esteve sob sanções dos EUA até recentemente. O encontro, inicialmente marcado para ocorrer na residência de Witkoff, acabou sendo transferido para a Casa Branca após alerta de segurança.

      Apesar da crescente contestação, Witkoff ainda conta com respaldo de figuras influentes do governo Trump. O próprio Mike Waltz elogiou sua atuação, ressaltando sua experiência no setor privado e sua atuação diplomática recente. “Ele foi fundamental para a libertação de Marc Fogel, cidadão americano detido na Rússia”, disse Waltz, em referência ao caso que mobilizou esforços diplomáticos entre os dois países.

      A viagem de Witkoff e as conversas com Putin indicam que o governo Trump pretende retomar o protagonismo nas tratativas de paz, ainda que à revelia de parte do establishment de segurança nacional dos EUA. O gesto também sinaliza que, mesmo sem consenso interno, há interesse em negociar diretamente com Moscou um desfecho para a guerra, fora dos canais multilaterais. 

      A reunião entre Putin e Witkoff, realizada longe dos holofotes, representa um raro momento de interlocução direta entre os dois governos em meio ao prolongado conflito. Embora os desdobramentos ainda sejam incertos, o movimento expõe os dilemas da atual estratégia americana e coloca em evidência as tensões dentro da própria Casa Branca.

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