Milei, que insultava o Papa Franciso, agora simula afeto
Nem sempre foi esta a opinião de Milei. Quando era candidato, disse que o Papa Francisco era nefasto
247 - O presidente da Argentina, Javier Milei, que antes insultava o Papa, expressou pesar nesta segunda-feira (21) pesar pela morte do religioso, falecido aos 88 anos em Roma.
“É com profunda tristeza que tomei conhecimento nesta triste manhã que o Papa Francisco, Jorge Bergoglio, faleceu hoje e agora descansa em paz”, escreveu Milei em mensagem publicada às 6h45 na rede social X. O presidente, que teve diferenças públicas com o pontífice ao longo de sua trajetória política, adotou um tom de respeito e reverência diante da perda. “Apesar das diferenças entre nós, que hoje parecem menores, foi uma verdadeira honra conhecê-lo em sua bondade e sabedoria”, declarou.
A manifestação do presidente argentino foi acompanhada de um comunicado oficial da Presidência da República. Nele, o governo lamenta o falecimento do primeiro Papa e destaca sua liderança religiosa. “A Presidência da República lamenta o falecimento do Papa Francisco, Jorge Omar Bergoglio, que em 2013 se tornou o primeiro argentino a liderar a Igreja Católica, guiando-a com dedicação e amor do Vaticano”, diz o texto divulgado nas redes sociais institucionais.
A nota oficial também sublinha a importância de Francisco para os fiéis do país. “A República Argentina, país com longa tradição católica e berço do Papa Francisco, lamenta profundamente o falecimento de Sua Santidade e envia suas condolências à família Bergoglio. O Presidente da Nação expressa suas condolências neste triste momento a todos aqueles que professam a fé católica e que encontraram no Sumo Pontífice um guia espiritual.”
Em outro trecho da nota, o governo argentino reconhece o papel de Francisco na promoção de valores centrais do catolicismo. Javier Milei destacou “a luta incansável do papado do Papa Francisco para proteger a vida desde a concepção, promover o diálogo inter-religioso e aproximar a vida espiritual e virtuosa dos jovens”. O presidente também enalteceu o compromisso do líder religioso com a simplicidade e os valores evangélicos. “Destaca-se seu desejo de trazer austeridade à Santa Sé com seus gestos pastorais”, pontua a nota.
Javier Milei protagonizou um dos episódios mais controversos de sua trajetória política quando, ainda como candidato, atacou duramente o Papa Francisco em declarações públicas. Milei acusou o pontífice de ter afinidade com o comunismo e chegou a chamá-lo de "personagem nefasto", além de afirmar que o Papa "promove o comunismo e uma agenda política globalista que empobrece os povos". Suas palavras geraram forte repercussão, especialmente pelo fato de o Papa ser argentino e figura amplamente respeitada dentro e fora do país.
A postura agressiva de Milei foi amplamente criticada por setores religiosos, sociais e políticos, inclusive por figuras conservadoras que defendem a tradição católica.
Já eleito presidente, Javier Milei ou a adotar um tom mais respeitoso em relação ao pontífice. Em fevereiro de 2024, durante entrevista à emissora Radio Mitre, ele afirmou que suas palavras anteriores foram ditas “em outro contexto” e “com outra perspectiva”. No mesmo mês, convidou formalmente o Papa Francisco para visitar a Argentina, em um gesto simbólico de reconciliação.
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