Mais da metade das embaixadas a serem fechadas por Trump estão na África
Plano inclui cortes de 50% no orçamento do Departamento de Estado e redução de 75% na ajuda externa
247 - A istração do presidente Donald Trump planeja uma reestruturação significativa na presença diplomática dos Estados Unidos, com a proposta de fechar quase 30 embaixadas e consulados, mais da metade localizados na África. A informação foi divulgada pelo portal Africa News.
Segundo documentos internos do Departamento de Estado, as embaixadas em países como Lesoto, Eritreia, República Centro-Africana, República do Congo, Gâmbia e Sudão do Sul estão entre as unidades previstas para encerramento. Além disso, consulados em Durban (África do Sul) e Duala (Camarões) também estão na lista, com suas funções possivelmente sendo transferidas para países vizinhos.
Essa medida faz parte de um plano mais amplo que visa cortar quase 50% do orçamento do Departamento de Estado, reduzindo a ajuda externa em aproximadamente 75%. O objetivo declarado é enxugar as operações governamentais e diminuir os gastos federais.
Críticos expressam preocupação de que a redução da presença diplomática dos EUA na África possa diminuir a influência americana no continente, especialmente em um momento em que outras potências globais, como a China, continuam a expandir sua atuação na região. Argumenta-se que tais fechamentos podem prejudicar as relações diplomáticas, parcerias econômicas e a promoção de valores democráticos.
O plano também contempla o possível fechamento de embaixadas em países europeus como Malta e Luxemburgo, além de consulados em diversas cidades da Europa e da Ásia. Essas mudanças propostas fazem parte de um esforço maior para otimizar as operações governamentais e reduzir os gastos federais.
A proposta ainda está em fase de revisão e não foi finalizada. Nem o Departamento de Estado, nem a Casa Branca ou o Escritório de Gestão e Orçamento forneceram comentários imediatos sobre as mudanças propostas.
Além disso, há propostas para fechar consulados em cidades como Edimburgo, na Escócia. Este, estabelecido em 1798, tem desempenhado um papel crucial no apoio a cidadãos americanos na Escócia e na promoção das relações bilaterais. Críticos alertam que seu fechamento pode prejudicar conexões diplomáticas e econômicas.
A istração Trump também propõe cortes drásticos no financiamento de organizações internacionais, incluindo a ONU e a OTAN, bem como a eliminação de programas de "soft power" como a USAID, Voice of America e Radio Free Europe. A proposta inclui a redução da ajuda externa e do financiamento para saúde global, mantendo fundos mínimos apenas para HIV, tuberculose e malária, além de encerrar programas de refugiados e imigração, juntamente com escritórios que auxiliam aliados afegãos e monitoram atividades dos EUA no Afeganistão.
Embora o plano ainda esteja em fase preliminar e enfrente resistência esperada do Congresso e da liderança do Departamento de Estado, autoridades expressam preocupação de que partes dele possam ser implementadas.
A senadora democrata Jeanne Shaheen criticou os cortes, alertando que enfraquecer programas diplomáticos compromete a segurança nacional e a influência global dos EUA. “Quando a América em primeiro lugar se tornar América solitária, nossa economia, segurança e prosperidade sofrerão, à medida que adversários preencherem o vazio deixado pelo governo Trump”, afirmou.
Governo Trump tensiona relações com países africanos
A nova istração do presidente Donald Trump intensificou recentemente sua postura diplomática em relação a países africanos, adotando medidas que têm gerado tensões significativas.
Em março, o governo dos Estados Unidos expulsou o embaixador da África do Sul, Ebrahim Rasool, após declarações críticas ao presidente Trump e à sua istração. O secretário de Estado, Marco Rubio, declarou Rasool como "persona non grata", acusando-o de ser um "político racista" que "odeia a América e odeia Donald Trump".
A expulsão foi anunciada publicamente nas redes sociais antes mesmo de uma notificação formal à embaixada sul-africana, o que levou o governo da África do Sul a considerar a decisão como "lamentável" e a expressar o desejo de manter relações diplomáticas construtivas com os EUA.
Além disso, em abril, os EUA revogaram todos os vistos de cidadãos do Sudão do Sul, em resposta à recusa do país africano em aceitar seus cidadãos deportados dos EUA. O secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que o Departamento de Estado "está tomando medidas para revogar todos os vistos dos titulares de aportes sul-sudaneses e impedir sua emissão para entrada".
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