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      Lula cita risco mundial à democracia e pede apoio do Japão à reforma da ONU

      Presidente brasileiro diz que Conselho de Segurança perdeu credibilidade e defende nova governança global com mais representatividade

      Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o Primeiro-Ministro do Japão, Shigeru Ishiba, durante Sessão de encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Japão. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
      Guilherme Levorato avatar
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      247 - Em declaração à imprensa na madrugada desta quinta-feira (27), ao final de sua visita oficial ao Japão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alertou para o avanço da extrema direita no mundo, a perda de credibilidade da ONU e a necessidade urgente de reformar o Conselho de Segurança da organização. A fala foi registrada por jornalistas que acompanharam o giro internacional do chefe do Executivo brasileiro.

      “Bem, essa reunião, essa visita ao Japão, ela tem como objetivo primeiro estreitar a relação com o Japão no momento em que a democracia corre muito risco no mundo, em que setores de extrema direita negacionistas têm ganhado corpo em várias partes do planeta Terra”, afirmou Lula.

      O presidente reforçou que a viagem teve importância estratégica tanto do ponto de vista comercial quanto geopolítico. Ele defendeu a ampliação do livre-comércio com o Japão, parceiro relevante do Brasil, e criticou as barreiras protecionistas que ainda dificultam o crescimento das trocas econômicas entre as nações.

      Mas foi ao abordar a governança global que Lula adotou tom mais contundente. “[A visita] foi muito importante porque nós queremos discutir mudanças na governança mundial, sobretudo mudanças no Conselho de Segurança da ONU, para que a gente tenha no Século XXI uma representação mais forte da geopolítica mundial. Não é possível a gente continuar com o mapa político de 1945, quando mudou muita coisa”, declarou.

      O líder brasileiro voltou a cobrar que países populosos e com crescente relevância internacional, como Japão, Brasil e México, em a ter assento permanente no órgão máximo da ONU, hoje composto apenas por Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido — com direito a veto. “Nós temos vários países com mais de 100 milhões de habitantes, inclusive o Japão, que poderiam participar do Conselho de Segurança da ONU”, frisou.

      Segundo Lula, o atual formato compromete a eficácia das decisões multilaterais, pois os membros permanentes tomam atitudes unilaterais, inclusive iniciando guerras, sem diálogo ou consenso internacional. “Nós achamos que não é possível manter uma governança global que perdeu um pouco de representatividade e de muita credibilidade. Ou seja, hoje os membros do Conselho de Segurança tomam decisão, fazem guerras de forma unilateral, sem conversar com ninguém. E ainda têm o direito do veto. Ou seja, as coisas pouco acontecem".

      Ele também criticou a impotência da ONU diante de crises históricas, como a questão palestina. “A mesma ONU que em 1948 teve força para criar o Estado de Israel, não tem nenhuma força para criar o Estado Palestino".

      Por fim, Lula ressaltou que uma nova governança global é fundamental para garantir a implementação efetiva de acordos internacionais, como os firmados nas conferências climáticas. “Quando a gente discute a questão climática é importante saber que as pessoas têm que cumprir as decisões e é preciso ter alguém que possa cuidar do cumprimento das decisões. Se a gente faz uma COP e a gente toma decisão, e essa decisão depende do Estado Nacional para ser executada, ninguém vai executar coisa nenhuma".

      A fala de Lula se insere em sua campanha de reposicionamento do Brasil como ator influente no cenário global. Ao pedir apoio do Japão, ele busca agregar aliados com peso internacional à proposta de reformulação da ordem estabelecida ao fim da Segunda Guerra Mundial — ordem esta que, segundo o presidente, já não corresponde à complexidade do mundo atual.

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