Israel rejeita proposta de trégua de 5 anos com o Hamas e critica papel do Catar nas negociações
Autoridades israelenses descartam cessar-fogo prolongado e acusam o Catar de atrapalhar o diálogo para libertação de prisioneiros
247 - Israel rechaçou nesta segunda-feira (28) a proposta de trégua de cinco anos apresentada por representantes do Hamas, em meio às negociações conduzidas por países árabes para tentar avançar em um cessar-fogo na Faixa de Gaza e viabilizar a libertação de prisioneiros. A informação é do jornal The Times of Israel.
"Não há a mínima chance de concordarmos com um acordo com o Hamas que apenas permita que ele se rearme, se recupere e continue sua guerra contra Israel", afirmou uma autoridade israelense sob condição de anonimato. A declaração vem na esteira de novas tratativas diplomáticas e após o Hamas sinalizar que estaria disposto a libertar todos os reféns restantes em troca de uma cessação das hostilidades por cinco anos.
O termo utilizado pelo grupo palestino foi "hudna", palavra árabe que remete a uma trégua estratégica de longa duração, mas que não implica necessariamente paz definitiva. Apesar do gesto do Hamas, que também exigiu a retirada total das forças israelenses de Gaza, a libertação de prisioneiros palestinos e o fluxo contínuo de ajuda humanitária, Tel Aviv se mantém irredutível.
"O Hamas está pronto para uma troca de prisioneiros em um único lote e uma trégua de cinco anos", disse um representante do grupo à agência AFP na semana ada, sob anonimato.
A reação israelense foi imediata e negativa. Reportagens da imprensa israelense, como o portal Walla e o site Ynet, citaram fontes governamentais que negaram qualquer avanço significativo nas conversas. De acordo com essas fontes, Israel só aceitará um cessar-fogo duradouro se houver garantias concretas de que o Hamas será desarmado — condição que o grupo palestino não aceita.
Além disso, autoridades israelenses acusaram o Catar de não estar contribuindo positivamente para o processo. “O Catar teve recentemente uma influência que não foi positiva nas negociações”, afirmou a mesma autoridade de Jerusalém, sugerindo que Doha estaria pressionando o Hamas a rejeitar a proposta egípcia mais recente.
Um representante catariano, por sua vez, desmentiu a acusação em declaração ao Times of Israel, afirmando que “esses relatos estão sendo fabricados por autoridades israelenses para desviar a culpa pelo fracasso das negociações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu”.
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