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      Israel fecha centros de distribuição de ajuda em Gaza após novos tiroteios com mortos

      Fundação apoiada por Israel interrompe atividades após ataques que deixaram dezenas de mortos em Rafah, enquanto cresce a pressão internacional

      Palestinos carregam seus pertences enquanto fogem de suas casas após o exército israelense emitir ordens de evacuação, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, em 3 de junho de 2025
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      247 - A Fundação Humanitária de Gaza — entidade apoiada por Israel para distribuir alimentos no território palestino — suspendeu temporariamente suas operações nesta quarta-feira (4), após sucessivos episódios de violência envolvendo forças israelenses e civis palestinos que tentavam ar os centros de ajuda. 

      A fundação comunicou que suas quatro bases de distribuição estarão fechadas até quinta-feira (5) para reorganização interna, com o objetivo de melhorar a logística diante da alta demanda. “Organização e eficiência”, diz o comunicado, justificando a pausa. Desde o início das operações, na semana ada, multidões de palestinos famintos têm caminhado quilômetros durante a madrugada para buscar suprimentos. O cenário descrito é de desespero e caos.

      De acordo com trabalhadores da saúde na Faixa de Gaza, dezenas de palestinos foram mortos nos últimos dias ao tentarem se aproximar de um centro da fundação na cidade de Rafah, sul do enclave. Os relatos mais recentes indicam que pelo menos 27 pessoas morreram na terça-feira (3) em um segundo episódio de tiroteio em massa, segundo autoridades locais de saúde e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha.

      A fundação confirmou que houve mortos e feridos fora da área de distribuição, mas não forneceu números. A Cruz Vermelha afirmou: “A maioria dos casos sofreu ferimentos por arma de fogo. Mais uma vez, todos os pacientes disseram que estavam tentando alcançar um ponto de ajuda humanitária”.

      As Forças Armadas de Israel alegaram que dispararam a cerca de 500 metros do centro de distribuição após detectarem “diversos suspeitos se aproximando”, fora da rota de o previamente designada. Segundo os militares, os indivíduos ignoraram tiros de advertência, o que levou os soldados a atirar “próximo a alguns suspeitos”.

      O porta-voz-chefe das Forças de Defesa de Israel, general Effie Defrin, minimizou os números das vítimas, alegando que estavam inflados, sem apresentar dados alternativos. Ele afirmou que o episódio está sob investigação.

      No domingo (1º), outros 20 palestinos morreram em circunstâncias semelhantes. Israel voltou a alegar que disparos foram feitos a cerca de um quilômetro de distância como forma de advertência e negou ter atingido civis “próximos ou dentro” das instalações.

      As mortes frequentes nas imediações dos centros ampliaram a desconfiança sobre o novo sistema de entrega de ajuda, duramente criticado por organizações internacionais. O ministro britânico Hamish Falconer, responsável pelo Oriente Médio, afirmou no Parlamento que o sistema é “desumano, alimenta o desespero e coloca civis em risco”. Ele defendeu uma “investigação imediata e independente” sobre os episódios com alto número de vítimas.

      A criação da fundação, com o apoio direto de Israel e supervisão de contratados dos Estados Unidos, foi anunciada como alternativa ao modelo anterior liderado pelas Nações Unidas. O argumento israelense é de que a nova estrutura evitaria o ree de suprimentos ao Hamas. No entanto, a ONU nega que o grupo tenha desviado sistematicamente ajuda humanitária em esquemas anteriores.

      A própria ONU e várias entidades de assistência humanitária se recusaram a integrar a nova iniciativa, alertando para o perigo a que os palestinos são submetidos: caminhar por áreas de conflito e atravessar posições militares israelenses para ar alimentos. Desde que começou a operar, a fundação tem enfrentado desorganização, incluindo a renúncia de seu diretor-executivo horas antes do lançamento da operação. Também houve tumultos, como a quebra de cercas por palestinos famintos, que levou a novos disparos de advertência por parte de soldados israelenses.

      Em meio à grave crise alimentar causada por mais de 80 dias de bloqueio israelense ao fornecimento de comida, combustível e remédios, Israel começou a aliviar parcialmente as restrições no último mês, permitindo a entrada limitada de ajuda — insuficiente frente à destruição provocada pela guerra.

      A fundação afirma ter distribuído mais de 100 mil caixas de alimentos até o momento, mas defende que o Hamas tenta sabotar a operação. Ao mesmo tempo, os confrontos continuam. Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, mais de 90 pessoas foram mortas apenas nas últimas 24 horas, número que não distingue entre civis e combatentes.

      Lideranças israelenses, entre elas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, ameaçam ampliar a ofensiva militar, exigindo a rendição do Hamas e a libertação dos reféns ainda mantidos em Gaza.

      A guerra teve início após o ataque coordenado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel e 250 pessoas sequestradas, a maioria civis. Desde então, mais de 54 mil palestinos morreram em ataques israelenses, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza.

      (Com informações do The New York Times)

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