Israel corta fornecimento de eletricidade em Gaza e agrava crise humanitária
Decisão ocorre após bloqueio da entrada de ajuda na Faixa de Gaza e intensifica tensão na região
247 - O governo de Israel anunciou, neste domingo (9), o corte imediato do fornecimento de eletricidade à Faixa de Gaza, medida que agrava a crise humanitária no território palestino. A decisão foi comunicada pelo ministro da Energia, Eli Cohen, por meio de um vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter), onde afirmou que a ordem já havia sido assinada e entraria em vigor de imediato. A informação foi divulgada pelo jornal israelense Haaretz, através da Lusa.
“Assinei uma ordem para cortar imediatamente a eletricidade na Faixa de Gaza - chega de conversa, é hora de agir”, declarou Cohen. Ele acrescentou que Israel utilizará “todos os meios à sua disposição para garantir o regresso de todos os reféns israelenses” e afirmou que “o Hamas não permanecerá em Gaza depois da guerra”.
De acordo com Haaretz, a única eletricidade que Israel ainda fornecia à Faixa de Gaza era destinada ao funcionamento da estação de tratamento de esgoto, serviço que também será interrompido com essa nova determinação. Os poucos hospitais que seguem operando no território palestino dependem agora exclusivamente de geradores movidos a combustível, cuja escassez já compromete o atendimento médico.
A medida ocorre uma semana após Israel ter proibido a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, decisão que o Hamas classificou como “uma tentativa flagrante de fugir ao acordo (de cessar-fogo) e evitar entrar em negociações para a segunda fase”.
“Com o fim da fase 1 (...), o primeiro-ministro Netanyahu decidiu que, a partir desta manhã, cessará toda a entrada de bens e suprimentos na Faixa de Gaza”, declarou o gabinete do premiê Benjamin Netanyahu em um comunicado oficial no último dia 2 de março.
O cessar-fogo interrompeu temporariamente os combates mais mortíferos já registrados entre Israel e Hamas, iniciados após o ataque do grupo palestino ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023. Esse ataque resultou na morte de aproximadamente 1.200 pessoas, a maioria civis, e no sequestro de 251 reféns. Desde então, grande parte dos sequestrados foi libertada por meio de acordos de cessar-fogo ou outras negociações.
Por outro lado, os bombardeios israelenses em Gaza já deixaram um saldo de mais de 48.000 mortos, a maioria mulheres e crianças, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino. A escalada do conflito e o agravamento da crise humanitária na região continuam a gerar condenação internacional e pedidos de cessar-fogo definitivo.
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